Funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Teresina estarão com as atividades paralisadas durante toda esta terça-feira (04), devido a questões salariais e condições precárias do sistema. A paralisação foi deflagrada no início da manhã, e apenas 30% do efetivo continuará trabalhando, como determina a lei.
- Foto: Lucas Dias/GP1Servidores do SAMU parados
De acordo com Gilderlano França, diretor do Sindicato dos Enfermeiros Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), o principal motivo da paralisação é a fragmentação do salário dos trabalhadores. “A paralisação teve início a partir do momento em que fomos verificar que nosso pagamento foi mais uma vez feito de maneira errônea, nosso pagamento está sendo esfacelado, estamos recebendo de maneira fracionada e a prefeitura não deu uma explicação”, declarou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Gilderlano França
Gilderlano também denunciou a precariedade na estrutura do Samu. “Não podemos prestar um atendimento de qualidade a população, e quem está na linha de frente para receber as críticas são os profissionais, não os gestores”, disse ao GP1.
- Foto: Lucas Dias/GP1Ambulância do Samu deteriorada
A médica Ana Tecla, que trabalha no Samu, contou que a fragmentação nunca havia ocorrido. “A prefeitura pagava corretamente, e agora, sem aviso prévio, tivemos nosso salário fragmentado e isso tem um impacto em nossas contas, estamos estarrecidos. Infelizmente nossa única forma de protesto dentro da lei é deixar funcionando o serviço com apenas 30 por cento [do atendimento]. Acredito que todos os funcionários do Samu pedem desculpas à população, mas infelizmente nós fomos lesionados, e é um direito nosso receber salário”, afirmou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Médica Ana Tecla
Outro lado
A Fundação Municipal de Saúde de Teresina divulgou nota explicando a situação.
Leia a nota:
A Fundação Municipal de Saúde esclarece que não está recebendo os financiamentos adequados para pagar a produtividade e priorizou o pagamento dos salários em dia.
No entanto, todas as produtividades que serão reavaliadas serão pagas até o dia 10 de cada mês, em folha suplementar, conforme explicado em reunião, semana passada, com sindicatos e representantes do SAMU.
A FMS informa que continua aberta ao diálogo e que sempre recebeu o sindicato e os funcionários mesmo extra agenda. A Fundação lembra que o SAMU é serviço essencial e a paralização do serviço é falta grave. Quem assim fizer terá falta e responderá a processo administrativo.
A insalubridade é paga a mais de 7.500 servidores. Foi suspensa pra menos de 300, conforme a equipe de médicos do trabalho da FMS que está revisando e é de conhecimento dos sindicatos.
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