O delegado do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), Gustavo Jung, revelou ao GP1 nesta quarta-feira (23), detalhes de como atuavam os integrantes da quadrilha de roubo de cargas, presos durante operação da Polícia Civil deflagrada na última segunda-feira (21). Ele ainda explicou como se deu a participação do policial militar do 4º Batalhão da Polícia Militar de Picos, identificado como Rafael dos Santos Leal.
Segundo o delegado Gustavo Jung, Rafael, utilizava a função de policial para auxiliar os integrantes da quadrilha. “O Rafael se utilizava do cargo na PM, para obter informações privilegiadas, essa questão da retirada de determinada quantia em determinado local, ele por ser policial militar a fiscalização é menos rigorosa e de fato isso acontecia, e ele foi colocado inclusive na cena do crime como parte da logística. Nós temos imagens da cena, mas são imagens sigilosas que fazem parte do processo judicial”, revelou.
- OrganizaFoto: Divulgação/PC-PIRafael dos Santos Leal, Abimael Pereira e Wanderlan Melo
Ainda segundo Gustavo Jung, o PM, tirava os plantões no 4º BPM em Picos, e quando estava em Teresina, se aliava na execução de práticas delituosas. Sobre ele ainda pesa a acusação de roubo de R$ 280,00 contra um comerciante na zona leste de Teresina, a vítima inclusive era seu vizinho.
De acordo com o delegado, Abimael Pereira, é o chefe da quadrilha, e agia com o auxílio de Rafael. “O Abimael é o chefe, ele já tinha todo um link. Um grupo criminoso ele não atua uma vez só, eles se integram para praticar crimes, o Rafael como foi dito, pelo cargo que ele ocupava ficava responsável pela logística e as informações privilegiadas, dentre as quais inclusive se esquivar da fiscalização da polícia, então o Abimael como já era um cara bem conhecido pelo Greco, logicamente migrou para essa parte do roubo de carga e teve todo o apoio do Rafael que já atuava nesse ramo”, afirmou.
Já Wanderlan Ferreira de Melo, era conhecido no meio social pela ostentação, e não tinha emprego fixo, o que acabou chamando atenção da polícia. “Wanderlan, é um cara bastante conhecido no meio social por luxar, andar em carros luxuosos, não tem emprego fixo e gastava bastante nas noites de Teresina. Diante disso, já tendo essas informações conseguimos colocá-lo na cena do crime também, a partir do fato criminoso que aconteceu”, informou Jung.
O delegado da Greco, enfatizou que a investigação continua. “A investigação continua, pode ser que outras pessoas sejam presas por conta desse grupo criminoso”, finalizou.
Roubo a Casas Bahia
As investigações da Operação Cargas, tiveram início após a prisão do primeiro membro do grupo, Rafael Macedo Araújo, flagrado com mais de 100 TVs roubadas em 11 de dezembro de 2018, no Parque Vitória, na zona sul de Teresina. Todo o material foi extraído do depósito das Casas Bahia, localizado na Avenida Maranhão, bairro Matinha.
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