Rejane Dias destaca principais ações da Seduc em 2015

Melhorar a educação no estado do Piauí é um dos principais desafios do governador Wellington Dias (PT) e da secretária, Rejane Dias (PT), que possuem um projeto ambicioso, de erradicar o analfabetismo do Estado em dez anos e melhorar os indicadores da educação nos próximos anos.

Em mais uma reportagem da série sobre Educação que tem sido feita pelo GP1, a secretária Rejane Dias e o superintendente de Gestão da Seduc, Helder Jacobina, falaram sobre as ações realizadas neste ano para tentar melhorar essa área.

Equilíbrio financeiro

O superintendente de Gestão da Seduc, Helder Jacobina, afirmou que apesar das dificuldades, a secretaria vai terminar 2015 com equilíbrio financeiro.

"Neste ano buscamos um equilíbrio econômico maior nas receitas e despesas da Educação para trabalhar de maneira equilibrada, para que no final do ano pudéssemos estar com os repasses para as escolas em dia, com o transporte escolar em dias. Não é fácil pegar muitas dívidas, sair de um patamar de atraso perante as escolas e fechar o ano de 2015, durante uma crise mundial, conseguindo equilibrar todas essas dificuldades e conseguir transferir isso de maneira coerente para as escolas. Sabemos que é nossa obrigação, mas elas não estavam sendo cumpridas e agora em 2015 estão sendo rigorosamente cumpridas. Outro aspecto econômico importante desse equilíbrio é a oportunidade de poder dar acesso a promoções que até então estavam atrasados desde 2014. Foram mais de 1.500 entre acessos e promoções, que foram resquícios do ano de 2014, e que agora em 2015 conseguimos fazer", declarou o superintendente.


Climatização das escolas

Com temperaturas que chegam a 41°, uma das ações da Seduc é que todas as 665 escolas estaduais sejam climatizadas, mas atualmente apenas 7% possuem climatizadores. Para climatizar todas as escolas o Estado precisaria gastar cerca de R$ 160 milhões. Neste ano já foi iniciado o processo em algumas escolas.

“Fizemos um levantamento sobre quanto é que vai custar climatizar as escolas. São R$ 160 milhões para poder climatizar e em um momento de desafio enorme para o poder público diante da crise financeira que o país está enfrentando”, disse.
Rejane Dias esclareceu que já iniciou o projeto de climatização das escolas, mas que isso será feito gradualmente, principalmente porque não é somente climatizar, é preciso de toda uma estrutura e é preciso ainda levar em consideração o aumento da conta de luz.

“Fizemos um projeto piloto onde colocamos climatizadores no colégio Anísio de Abreu, onde os alunos não aguentavam o calor e tivemos muitas dificuldades para poder continuar ali o ano letivo. Fizemos um teste com esses climatizadores que são bem mais baratos, porque com o outro você tem que construir a subestação, tem forrar as salas, sem falar na conta de energia que vai lá em cima. Eu estou falando só da questão da aquisição da subestação, dos equipamentos e do cabeamento. Não estou falando da conta ainda. Nós percebemos que esses novos climatizadores são bem mais baratos e agora estamos buscando as operações de crédito do governo para dar viabilidade a esse projeto”, afirmou.

Melhoria da gestão

Para melhorar a questão pedagógica, a secretaria da Educação contratou o Instituto Unibanco, que desenvolve projetos para melhoria da educação com foco na gestão escolar de qualidade, e vai contratar a empresa de consultoria de resultados Falconi, que é conhecida por ajudar organizações a melhorarem os seus resultados e aperfeiçoarem seus sistemas de gestão, com a identificação de problemas e oferecendo soluções.

“Estamos na iminência de contratar a Falconi com uma parceira com o Instituto Unibanco que vem monitorando na gestão pedagógica na melhoria dos indicadores em educação. O Instituto está em seis estados e é um trabalho que traz uma diferença e modificação muito grande na educação. Então, quase 400 escolas do Piauí estão sendo acompanhadas pelo Instituto com o programa Jovem de Futuro e agora a Falconi que também é top hoje no Brasil na questão administrativa, foi quem ajudou a melhorar os indicadores de Pernambuco, do Rio de Janeiro, em educação”, afirmou.

Internet nas escolas

Levar internet para as escolas é outro objetivo, por isso já foi iniciado um trabalho nessa área, mas para resolver esse problema o governo vai precisar investir R$ 100 milhões.

“A questão da internet também é um grande problema para a melhoria do estado do Piauí. Se não tem internet, como vou colocar laboratório de informática? O que tem de laboratórios que foram montados e que não funcionam, são muitos. É algo assim que impressiona. Então, para poder resolver essa situação e colocar fibra ótica nas escolas, isso ficaria em torno de R$ 100 milhões. Estamos buscando parcerias, através operações de crédito, mas também com a ATI a fim de aproveitar alguns lugares que já têm fibra ótica e puxar para as escolas. Nós já conseguimos melhorar algumas escolas. Saindo de 2 mega para quase 100 megas, só com a fibra ótica”, revelou a secretária.

Evasão escolar

Para evitar a evasão escolar, o governo decidiu lançar o “Poupança Jovem”, que deve ser iniciado somente em 2016. O programa será implantado inicialmente nos quatro municípios que apresentam as maiores taxas de extrema pobreza e depois deverá ser expandido a mais 40 municípios, totalizando 44 cidades beneficiadas. A soma dos benefícios, por estudante, é correspondente a todos os anos do ensino médio em que o beneficiário obtiver aprovação e fica limitada a R$ 1.500 mil. Ao concluir o primeiro ano, o estudante recebe R$ 400. As demais parcelas são de R$ 500 no segundo ano e R$ 600 no último ano do Ensino Médio.

“Estamos com o Poupança Jovem, onde serão investidos R$ 35 milhões para os municípios que apresentaram o menor IDH. Para fazer com que o aluno permaneça no ensino médio, ele vai receber ao final uma poupança de R$ 1.500 e então no primeiro ano ele recebe uma parte dessa poupança, no segundo recebe outra e se concluir recebe o restante. Somando é R$ 1.500 mil. Já estamos começando a implementar o programa e vamos entrar fortemente a partir do próximo ano”, declarou Rejane Dias.
O Estado também possui uma parceria com o Unicef conhecida como “Palavra de Criança” que visa garantir que todas as crianças nas cidades atendidas estejam alfabetizadas até o terceiro ano do ensino fundamental. Atualmente 79 municípios são atendidos e esse projeto já foi escolhido como uma das cinco melhores experiências em disputa com 400 outros programas da instituição, em 184 países. Desta forma, o Unicef está produzindo um documentário para divulgar a ação piauiense em todo o mundo.

“O Palavra de Criança tem como onde objetivo a alfabetização das crianças na idade certa. O que ocorre é que o aluno ao chegar no primeiro ano do ensino médio, chega com muitas deficiências, se você não corrigir na base e criar uma escola que seja atrativa, uma escola que ele goste realmente de estudar, a gente não vai conseguir ir no caminho certo. Temos que lembrar que o Piauí é o destaque nacional em número de matrículas, mas em compensação estamos com dificuldade em segurar alunos”, afirmou a secretária.

Outro projeto será firmado com a Fundação Roberto Marinho que busca corrigir a distorção Idade-Série. Um dos objetivos é criar turmas específicas com os alunos em atraso e utilizar método e materiais próprios. A Fundação forma as turmas e acompanha o rendimento.

“A distorção de idade-série também contribui, de maneira significativa, no sentido de não avançar no que diz respeito a permanência desse aluno. Temos que criar um modelo diferenciado de educação para poder dar toda a assistência a esses alunos que ficaram defasados com relação a idade e na série certa que deveria estar”, explicou Rejane.

Outra parceria firmada com a Unibanco visa mobilizar alunos, professores e famílias com objetivo de garantir que os jovens entrem na escola e tenham um bom desempenho e terminem o Ensino Médio. A meta é fazer o Ideb do Piauí passar da 19ª para a 12ª colocação até 2019. Atualmente essa parceria atende 139 municípios.

Escolas profissionalizantes

A secretaria conseguiu viabilizar o aumento no número de vagas para o Pronatec. “Conseguimos agora sair de 570 vagas para o Pronatec e vamos chegar a 20 mil vagas em todo o Estado do Piauí. Vamos sair de um pouco mais de 30 municípios que tinham o programa, para aproximadamente 70 municípios”, disse.

Plano Estadual de Educação

Nesse ano foi apresentado e aprovado o Plano Estadual de Educação, que define as diretrizes, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino, com 20 metas estabelecidas para que o governo cumpra, incluindo a erradicação do analfabetismo em 10 anos.

Segurança nas Escolas

Para tentar diminuir a violência nas escolas estaduais, houve um aumento do contingente do Pelotão Escolar, foram entregues mais oito viaturas, saindo de dois para dez carros, além de mais seis motos e as rondas estão sendo realizadas mais no período da noite, o que zerou o número de arrombamentos, que antes era em torno de quinze por mês.

Para os professores

Para a categoria dos professores, um dos pontos foi o pagamento do piso salarial. Hoje o professor do Estado tem o 13º melhor salário do Brasil estando à frente de São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará e Pernambuco.

Seduc também fez parcerias com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) para a oferta de cursos de mestrado e doutorado, com meta de 30% de mestres e 20% de doutores em 10 anos. Também concedeu as progressões relativas ao ano de 2014 e trabalha para atualizar os benefícios aos professores.

Conquistas

Para Helder Jacobina, a Seduc teve várias conquistas e conseguiu resolver a maioria dos problemas encontrados. “Conseguir diante de uma crise contratar professores, nutricionista, conseguir pagar o piso salarial, conseguir manter em dia o pagamento e os repasses para as escolas, resgatar novamente a figura do transporte escolar para os alunos, mantendo os pagamentos regulares, são avanços que dão uma nova cara a gestão. Não podemos esquecer o grande marco que foi o lançamento da escola militar, as revisões do Enem que foram um sucesso, o lançamento do Canal Educação e acho que um grande avanço, que às vezes pode parecer pequeno, mas que tem dado um grande resultado, que é a figura da Seduc Itinerante, onde a secretária pega os superintendentes, os diretores de cada área e vai ao encontro das escolas, vai às gerências regionais e fala diretamente com os diretores para ouvir os problemas, falar das prospecções e dos planos. É importante, pois ouvimos relatos de que nunca antes um secretário se propôs a estar diretamente com eles, levando equipe para dar soluções”, afirmou.