O promotor de Justiça Régis Marinho interpôs recurso em sentido estrito, nesta terça-feira (16), contra a decisão do juiz Antônio Reis Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, que revogou as prisões do oito envolvidos na morte do cabo do Bope, Claudemir Sousa.
“Eu interpus recurso em sentido estrito ontem, na secretaria da 1ª Vara do Júri de Teresina, dirigido ao Tribunal de Justiça do Estado, com pedido de liminar em mandado de segurança, buscando proteção da sociedade, porque entre os direitos fundamentais do ser humano está o direito a segurança”, declarou o promotor.
Para o representante do Ministério Público, os acusados devem continuar presos: “Entendo que os oito acusados praticaram crime de gravidade incomum e como tal devem ser mantidos presos como garantia da ordem pública evitando assim, também, a reiteração delitiva haja vista que alguns deles, inclusive, tem uma extensa ficha criminal”, explicou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Promotor Régis Marinho
“Exemplo disso é o fato de que um dos executores materiais usava tornozeleira eletrônica e por isso mesmo o crime foi desvendado a partir do trajeto que ele fez para matar o cabo Claudemir, utilizando a tornelezeira que ele não poderia retirar da sua perna, então são elementos que têm reiteração delitiva e por isso há necessidade de salvaguardar a sociedade mantendo-os presos até que o Tribunal do Júri decida se eles realmente sejam condenados ou não”, completou o promotor.
Segundo o membro do órgão ministerial, o trâmite agora vai se dá, no primeiro momento, na 1ª Vara perante o juiz Nollêto que abrirá vista para a defesa oferecer contrarrazões ao recurso. “Após as contrarrazões, o juiz vai reapreciar a sua decisão, se ele mantiver a decisão ele envia para o Tribunal de Justiça onde vai para uma das câmeras criminais e será distribuído para um desembargador relator que irá apreciar o recurso e o pedido de liminar formulado, se ele se retratar, então o doutor Nollêto expediria novos mandados de prisão e não precisaria se quer ir para o TJ”, finalizou.
Revogação
No dia 9 de janeiro deste ano, o juiz Antônio Reis Nollêto revogou as prisões dos acusados de envolvimento na morte do cabo Claudemir Sousa, em dezembro de 2016.
- Foto: Divulgação/PC-PILeonardo Ferreira
São eles: Maria Ocionira (namorada do policial) e Leonardo Ferreira (amante de Ocionira), acusados de encomendar a morte do cabo, Igor Andrade, Weslley Marlon, José Roberto leal (taxista), Francisco Luan de Sena, Flávio Willame e Thaís Monait.
O magistrado considerou que as prisões já perduravam por mais de um ano e, nesse tempo, os denunciados responderam regularmente ao feito, participando de todos os atos processuais aos que foram intimados.
Tentativa de homicídio
Flávio Willame da Silva, vulgo Boneco, apontado pelo Ministério Público como autor do disparos que resultou na morte o policial Claudemir, foi baleado no início da tarde desta terça-feira (16), na Vila São Francisco Sul, em Teresina.
Relembre o caso
O cabo Claudemir Sousa, lotado no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar, foi morto com vários tiros, no dia 6 de dezembro de 2016, na porta de uma academia na avenida principal do bairro Saci, zona sul de Teresina.
Uma câmera de segurança da academia flagrou o momento em que o policial foi surpreendido por um criminoso.
Horas após o assassinato, cinco pessoas foram presas acusadas de terem arquitetado e executado o crime, dentre essas, um funcionário da Infraero acusado de ser o mandate do assassinato, e também um taxista, que foi o responsável por agenciar quatro homens para matar o policial militar. Na tarde do mesmo dia foi preso Flávio Willames, que havia saído há dois meses do Complexo de Pedrinhas, em São Luís-MA.
- Foto: Divulgação/Polícia CivilOcionira e o cabo Claudemir
Em janeiro, o promotor Régis de Moraes Marinho denunciou oito acusados da morte do policial: Maria Ocionira Barbosa de Sousa (ex-diretora administrativa do Hospital Areolino de Abreu), Leonardo Ferreira Lima (ex-funcionário da Infraero), Francisco Luan, Thaís Monait Neris de Oliveira, Igor Andrade Sousa, José Roberto Leal da Silva (taxista), Flávio Willame da Silva e Weslley Marlon Silva.
No dia 12 de junho de 2017, o juiz ouviu as testemunha no caso. No dia 30 de junho, os acusados de envolvimento na morte do cabo Claudemir de Sousa mudaram o discurso e negaram que tenham feito parte do plano para acabar com a vida do oficial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Piauí.
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