O presidente interino Michel Temer foi citado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em delação premiada na Lava Jato. Outros 19 políticos também foram mencionados no esquema de corrupção da Petrobras, por recebimento de propina, entre eles o deputado federal Herácito Fortes.
De acordo com o delator, Temer teria pedido recursos de forma ilícita para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB), candidato à prefeitura de São Paulo em 2012. Machado afirmou que todos os políticos que o procurava sabiam que as doações não eram lícitas.
De acordo com o delator, Temer teria pedido recursos de forma ilícita para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB), candidato à prefeitura de São Paulo em 2012. Machado afirmou que todos os políticos que o procurava sabiam que as doações não eram lícitas.
Imagem: Evaristo Sá (AFP)Michel Temer
De acordo com o Estadão, o ex-presidente da Petrobras afirmou que Michel Temer falou sobre problemas no financiamento da candidatura do Gabriel Chalita e pediu ajuda. Assim, foi feito o acordo com uma das empreitaras para doação de R$ 1,5 milhão.
Na delação, Machado afirmou que as empreiteiras que mantinham contrato com a Petrobras realizavam pagamentos de propinas para políticos mensalmente, parte em dinheiro vivo e parte por meio de doações oficiais, uma maneira de garantir os contratos com a estatal, que era área de influência do PMDB.
Além de Temer, foram citados como recebedores de propina: Cândido Vaccarezza (PT), Jandira Feghali (PC do B), Luis Sérgio (PT), Edson Santos (PT), Francisco Dornelles (PP), Henrique Eduardo Alves (PMDB), Ideli Salvatti (PT); Jorge Bittar (PT), Garibaldi Alves (PMDB), Valter Alves, José Agripino Maia (DEM), Felipe Maia (DEM), Sergio Guerra (PSDB, morto em 2014), Heráclito Fortes (PMDB), Valdir Raupp (PMDB).
Sérgio Machado assumiu a presidência da estatal em 2003, por indicação do presidente do Senado Renan Calheiros, dos senadores Romero Jucá, Edison Lobão e Jader Barbalho e do ex-presidente José Sarney, todos peemedebistas e que foram beneficiados com propinas do esquema.
Outro lado
A assessoria do presidente em exercício, Michel Temer, afirmou através de nota que a acusação é inverídica e que ele “jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que, eventualmente, apoiou em disputas.”
Confira a nota na íntegra:
Nota à imprensa
Em toda sua vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que, eventualmente, apoiou em disputas.
É absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado – pessoa com quem mantinha relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade.
Brasília, 15 de junho de 2016.
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