O mercado financeiro acompanha nesta quarta-feira, 24, o anúncio da liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cujo valor deve ficar em R$ 500 este ano. A Bolsa brasileira pode ser afetada ainda pelo desempenho fraco no mercado acionário da Europa depois da divulgação de resultados ruins do setor industrial, o que pode induzir o Banco Central Europeu a anunciar medidas de estímulos já nesta quinta-feira.
O esperado desfecho dos saques do FGTS
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta terça-feira, 23, que o governo pretende liberar o saque do FGTS não apenas para este ano, mas para os próximos também. A injeção na economia deverá ser de cerca de R$ 30 bilhões neste ano e R$ 12 bilhões em 2020. O anúncio das regras para o saque está prevista para a tarde desta quarta.
O governo pretende também repartir 100% do lucro proporcionalmente com os cotistas do fundo para ampliar a rentabilidade do FGTS - atualmente, apenas metade é repartida. No ano passado, a distribuição de resultados do FGTS de 2017 elevou a rentabilidade das contas do fundo de 3,8% ao ano (3% + TR) para 5,59% ao ano.
Ainda em Brasília, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, se reúne com lideranças dos caminhoneiros para discutir a nova tabela do frete rodoviário.
Privatização da BR e redução no preço do gás
As ações da Petrobras e de empresas industriais e de varejistas na B3, a Bolsa de São Paulo, ficam no radar, após a privatização da BR distribuidora e o anúncio da petroleira de redução de 9,8% no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para a indústria e o comércio, a partir de desta quarta.
Para o consumidor, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estuda fazer mudanças nas regras para compra de botijões de gás, hoje vendidos em média a R$ 70, dos quais os tributos representam R$ 12.
Temporada de balanços
Nesta quarta, a Petrobras divulga seu relatório de produção e vendas no segundo trimestre e são esperados os balanços de Pão de Açúcar e Carrefour, após o fechamento dos mercados.
A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, anunciou nesta manhã que teve lucro líquido contábil de R$ 1,420 bilhão no segundo trimestre de 2019, o que representa recuo de 55,2% em relação ao mesmo período de 2018.
A Neoenergia, que estreou no início de julho na B3, encerrou o segundo trimestre com lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 519 milhões, 32,4% acima do apurado no mesmo período do ano passado.
A Weg, fabricante de motores elétricos e tintas e vernizes, anunciou lucro líquido no segundo trimestre de R$ 389,0 milhões, com crescimento de 15,6% ante um ano e de 26,8% em relação ao primeiro trimestre.
Cenário externo
Os agentes financeiros estão cautelosos nesta manhã, depois de as Bolsas asiáticas fecharem em alta, diante da expectativa de que autoridades dos Estados Unidos viagem na próxima segunda-feira à China para a primeira conversa presencial desde maio entre as duas maiores economias do mundo desde maio.
O mercado europeu reflete, além dos resultados abaixo do esperado do setor industrial da zona do euro, a anúncio de prejuízo do Deutsche Bank de 3,15 bilhões de euros no segundo trimestre, reflexo do processo de reestruturação do banco. Nesta manhã, as ações do Deutsche caíam mais de 3%.
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