Na noite desta terça-feira (28), por volta de 19h, mais venezuelanos chegaram a Teresina. Os 28 refugiados ocuparam a Praça Saraiva, no centro da Capital. Com a chegada deles, a capital piauiense já abriga cerca de 80 pessoas oriundas da Venezuela. Dos 28 venezuelanos, 15 deles são crianças, 10 adultos e três idosos.
Em entrevista ao GP1, nesta quarta-feira (29), o venezuelano Celso Garcia informou que eles passaram seis meses em Belém, no Pará, mas devido à falta de assistência, eles decidiram vir para o Piauí. “Nós saímos da Venezuela para Boa Vista e depois Manaus. Lá, nós pegamos um barco e seis dias depois chegamos em Belém, onde aguentamos por seis meses, mas eles não nos ajudaram em nada. Passamos os seis meses e viemos para cá”, explicou.
Celso contou que todos eles trabalhavam como agricultores e com o artesanato. A especialidade deles é a produção de bolsas. Porém, com a falta de trabalho e a superinflação, o grupo não tinha condições de continuar morando na Venezuela.
“O problema é o que está acontecendo com Maduro. Ele aumentou todo o preço da comida, das roupas e não aumentou a quantidade de trabalho. Ele eliminou o trabalho, a comida, a energia elétrica, o dinheiro. Ele não ajuda em nada. E nós não temos nada. Não conseguimos nada. Temos que madrugar em uma fila para conseguir doações. Lá, mais de 400 pessoas ficavam em uma fila para conseguir arroz. As crianças ficavam chorando, passamos fome e por isso viemos para cá”, completou.
O agricultor ainda destacou o que os venezuelanos estão mais precisando no momento, até porque nenhum representante da Prefeitura de Teresina, até agora, visitou os refugiados que chegaram ontem à noite. “Estamos precisando de uma casa para morar, de uma escola paras as crianças estudarem. Vamos trabalhar com artesanato aqui, também queremos um terreno para plantar”, disse.
Nesta quarta-feira (29), mulheres que trabalham em uma casa noturna da região levaram comida para os refugiados.
Outros imigrantes
No dia 12 de maio deste ano, 52 venezuelanos chegaram a Teresina. Eles estão alocados na Associação de Pescadores do Poti Velho, localizada na zona norte da Capital. A maior parte do grupo é indígena e morava no interior no país. Logo após a chegada dos refugiados, o Ministério Público do Estado abriu um procedimento administrativo para tratar sobre o acolhimento humanitário e assistência emergencial à população de venezuelanos. A portaria nº 051/2019 foi assinada pela promotora Myrian Lago no dia 14 de maio.
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