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Teresina - Piauí

Justiça manda soltar envolvido na morte do cabo Valdir Vale

A decisão do juiz de direito Almir Abib Tajra Filho, respondendo pela 3ª Vara Criminal de Teresina, foi dada dia 19 de julho.

O juiz de direito Almir Abib Tajra Filho, respondendo pela 8ª Vara Criminal de Teresina, concedeu liberdade provisória a Wilberson Sousa da Silva acusado de envolvimento na morte do cabo da Polícia Militar Valdir Mendonça do Vale. A decisão é do dia 9 de julho.

A defesa de Wilberson alegou que o acusado faz jus à concessão da revogação em razão de já estar preso há mais de 117 dias, bem como que estão ausentes os requisitos necessários para a manutenção de sua prisão.


O Ministério Público do Estado opinou pelo indeferimento do pedido.

Em sua decisão, o juiz destacou que foi verificado nos autos e no sistema ThemisWeb que o acusado possui outras passagens delituosas e que, em acordo com o enunciado nº 03 do Tribunal de Justiça do Estado, a existência de inquéritos policiais, ações penais e procedimentos de atos infracionais consiste em fundamentação idônea para justificar o decreto de prisão preventiva para garantia da ordem pública.

  • Foto: Facebook/Valdir do ValeCabo Valdir Cabo Valdir

No entanto, o magistrado analisou o delito cometido e constatou a possibilidade de conceder a liberdade provisória a Wilberson mediante medidas cautelares diversas da prisão, para assegurar o não cometimento de novos delitos, “merecendo mais uma chance de reintegrar-se à sociedade por parte deste juízo”.

Ainda segundo o juiz, ao analisar os depoimentos dos outros acusados, bem como as demais provas acostadas aos autos, não ficou provado, sem sombra de dúvidas, que Wilberson tenha participado do crime, necessitando de mais diligências para esclarecer tais fatos.

A liberdade provisória foi concedida mediante a assinatura do respectivo termo de compromisso contendo as seguintes condições: não se ausentar temporariamente ou definitivamente do município de sua residência, sem autorização do juiz, comparecer a todos os atos do processo para o qual foi intimado, não delinquir, comparecer perante o juiz de dois em dois meses para informar e justificar suas atividades e deixar sempre atualizado seu endereço residencial.

Em caso de descumprimento das obrigações impostas no termo, o juiz poderá impor outra medida de cumulação e, como medida extrema, decretar a prisão preventiva.

Segundo a polícia, Wilberson atuou como motorista do carro prateado que deu apoio aos assaltantes e é considerado o líder da quadrilha.

Na semana passada, o mesmo juiz negou os pedidos de revogação da prisão preventiva requeridos por José Soares Torres Neto e Regifran Marques Santos, também acusados de envolvimento no crime.

Relembre o caso

O cabo da Polícia Militar, Valdir do Vale, foi assassinado com dois tiros, no dia 7 de março deste ano, na Avenida Jóquei Clube, em frente à faculdade Camilo Filho, na zona leste de Teresina.

O PM passava próximo a Clínica Ortomed, quando presenciou dois criminosos tentando realizar um assalto ao tesoureiro do estabelecimento. Ele perseguiu os suspeitos e trocou tiros com os bandidos. Cabo Valdir foi atingido com um tiro na perna e outro no peito.

Uma menor de idade, identificada pelas inicias V. N. P., de 17 anos, estagiária da Clínica Ortomed, foi apreendida no dia 8 de março, suspeita de ter repassado informações privilegiadas aos assaltantes, que realizaram um roubo que resultou na morte do policial militar.

De acordo com informações repassadas pelo tenente-coronel John Feitosa, diretor de comunicação da Polícia Militar, a estagiária confessou para polícia que aceitou a proposta de receber R$ 3.000,00, se o roubo do dinheiro da clínica desse certo.

Uma operação conjunta entre as Polícias Civil e Militar prendeu duas pessoas acusadas de envolvimento na morte do cabo Valdir Mendonça do Vale. As prisões aconteceram dois dias depois do crime. Foram presos: Wilberson de Sousa Silva, de 27 anos de idade, em uma residência no bairro Monte Castelo, e Luis José de Oliveira Neto, de 34 anos, em um salão de beleza localizado na Avenida Nações Unidas.

Regifran Marques Santos e José Santos Torres Neto, o Zé Neto, foram presos em seguida. De acordo com informações do coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Barêtta, Regifran, que atuava clandestinamente como mototaxista, contou em depoimento à polícia, que foi convidado por Zé Neto para ajudar na fuga dos assaltantes após a ação.

Um último acusado de participação no crime, Juliano Kelson Mourão da Silva, se entregou na Delegacia de Homicídios em Timon e confessou ter atirado no policial.

Imagens de câmera de segurança mostram assalto que resultou na morte do cabo.

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