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Teresina - Piauí

Juiz diz que ex-oficial vai a Júri Popular pela morte de Iarla Lima

“100% de chance [dele ir a júri popular], não esse ano ainda”, garantiu o juiz Antônio Noleto que presidiu audiência realizada na 1ª Vara do Tribunal do Júri .

Foi realizada, nesta quarta-feira (22), a audiência de instrução e julgamento do caso da estudante Iarla Lima, assassinada pelo ex-oficial do Exército Brasileiro, José Ricardo da Silva Neto. A audiência foi realizada na 1ª Vara do Tribunal do Júri e foi presidida pelo juiz Antônio Noleto.

O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do promotor Ubiraci Rocha, é o responsável pela acusação. Maurício Bezerra é o advogado de defesa do acusado.


Após ouvir as testemunhas de defesa, de acusação e o próprio acusado, o juiz deu 5 dias para que o Ministério Público apresente as alegações por escrito e posteriormente a defesa terá também cinco dias para apresentar as suas.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Juiz Antonio NoletoJuiz Antonio Noleto

No entanto, o magistrado informou que o acusado vai a júri popular: “100% de chance [dele ir a júri popular], não esse ano ainda”, garantiu.

Durante seu depoimento, o ex-oficial do Exército, José Ricardo da Silva Neto, confirmou que atirou em Iarla, mas disse que os tiros que atingiram as outras duas pessoas que estavam no veículo foi acidental. “Com relação a Iarla é verdadeira [a acusação], com relação as outras duas pessoas não, foi em decorrência de uma confusão dentro do veículo que ocorreram alguns disparos, eles não foram direcionados a elas”, declarou.

Ele disse também que só estava com arma de fogo no dia do crime porque iria dormir na casa de Iarla e que o bairro era perigoso: “Eu só estava com arma de fogo naquele dia porque sempre que conversava com a Iarla, ela comentava que era um bairro perigoso e como iria dormir na casa dela, e meu carro era novo e chamava atenção, por esses motivos eu decidi ir armado neste dia”, afirmou.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Depoimento do acusado Depoimento do acusado

“Nunca tive qualquer briga, qualquer problema com ela. Sempre vivi bons momentos com ela”, declarou o acusado.

O acusado contou como foi a noite do ocorrido, mas disse que não se lembra de muita coisa: “Chegando lá [no Bendito] a gente comprou uísque e começou a beber, estava tudo muito bem, inclusive tiramos uma foto juntos, e no decorrer da noite, eu estava me sentindo mal e porque eu ia trabalhar na segunda-feira, resolvi ir embora pra casa. Depois saímos de lá e nos dirigimos ao veículo que estava estacionado, chegando ao veículo dois flanelinhas vieram me abordar, e eles vieram pedir mais dinheiro, e eu já tinha dado dinheiro quando cheguei, eu tive uma discussão acalorada com eles, e posteriormente eu entrei no carro e, nesse momento, eu estava bastante exaltado e nervoso”, contou.

José Ricardo disse também que não portava a arma na cintura: “Eu não estava com a arma na cintura, ela estava dentro do carro escondida, e o primeiro procedimento ao entrar no carro foi tirar a arma e colocar ela entre as minhas pernas, momento em que a Iarla entrou no carro, e tivemos uma pequena briga, nesse momento ela chegou a colocar a mão na minha arma, tivemos uma briga e ocorreram vários disparos, não sei explicar, foi muito rápido, eu não me lembro de muita coisa do que aconteceu. Em momento nenhum apontei minha arma pra Ilana e Joseana”, relatou.

“Quando vi que ela caiu eu entrei em desespero e não sabia o que fazer, não sei explicar, primeiro fui sair dali e buscar socorro imediato, e nesse intervalo de tempo percebi que ela não se mexia mais, foi nesse momento que percebi que não tinha como socorrê-la e resolvi ir pra casa, pensei que tivesse alguém me seguindo pra fazer alguma coisa comigo, não sabia pra onde ir, e veio a minha mente ir pra casa e ficar escondido com medo que alguém viesse atrás de mim fazer alguma coisa comigo”, declarou o acusado.

Ao ser questionado pelo juiz sobre o motivo da briga, José Ricardo respondeu que não recordava. Ele ainda negou que tenha atirado nele mesmo de forma intencional.

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