A Polícia Civil do Piauí convocou coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30) para explicar o modus operandi da quadrilha especializada em roubo de cargas no estado do Piauí. A "Operação Carga" foi deflagrada pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí e da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil.
Na operação foram presos dois policiais militares. Em entrevista, o coordenador da operação, delegado Tales Gomes, disse que foram apreendidos uma pistola e uma balança de precisão com o cabo Wanderley Rodrigues da Silva, o W. Silva e uma pistola na casa do soldado Bruno Costa Oliveira. Esses policiais eram responsáveis por facilitar o transporte e a vendas de cargas, que saíam do Maranhão e tinham como destino o Piauí, principalmente a Capital, Teresina.
- Foto: Hélio Alef/GP1Delegado Tales
Ainda de acordo com o delegado Tales Gomes, o grupo atuava no estado do Maranhão, já que no Piauí poderiam ser reconhecidos. Não há indícios que os crimes aconteciam no Piauí, embora a polícia não descarte a possibilidade.
“No Maranhão temos as cidades de Caxias, Santa Inês, depósitos na cidade de Santa Inês para pegar carga roubada e mandar aos poucos para Teresina, para dificultar a fiscalização e abordagem. Os presos todos, assim como os que foram presos em janeiro e os que foram presos em dezembro, vão ser indiciados pro organização criminosa e roubo”, disse.
- Foto: Hélio Alef/GP1Equipe do Greco
Modus Operandi
De acordo com o delegado Gustavo Jung, os presos podem ser considerados uma organização criminosa, tendo em vista a subdivisão de tarefas dentro do grupo.
“É o grupo subdividido e cada um em suas funções específicas. Tinha a pessoa responsável pelas informações dentro da transportadora das cargas, repassava as informações para essas pessoas que iam fazer as abordagens e os que fariam as abordagens e entregavam o material para aqueles que iam guardar os depósitos e aos poucos outros iam tirando do local para passarem despercebidos”, explicou.
- Foto: Hélio Alef/GP1Material apreendido
Policiais militares
Os policiais militares presos na operação aproveitavam a patente para passar despercebidos em abordagens policiais. Após a carga ser roubada, os produtos eram trazidos para Teresina aos poucos, para despistar a investigação.
“Os policiais militares entravam nessa realizando abordagens, uma das características de poder se utilizar de armas de fogo e passar despercebido em abordagens policiais e também faziam a realocação do material em depósitos específicos. Após isso aí todos eles faziam a comercialização da carga para terceiros, que inclusive são alvos de investigação do Greco”, continuou Jung.
Um dos PM's alvo da operação, o W. Silva já havia sido preso em dezembro 2017. O policial foi posto em liberdade, sob condições, no dia 17 de abril de 2018, após ser acusado de peculato circunstanciado, por ter, supostamente, se apropriado de R$ 304 mil apreendidos durante assalto ao Banco do Nordeste, em dezembro do ano passado.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Cabo W. Silva
W. Silva também se envolveu em uma confusão com o cantor Saulo do Gado, em maio 2018. Na época o cantor acabou sendo baleado.
Investigação continua
O delegado disse ainda que a Polícia Civil do Piauí seguirá investigando roubo de cargas. “A investigação continua, não se encerra. A cada prisão que nós fazemos, a gente trabalha com mais informações, faz um link maior de informações, tanto do pessoal dos estados vizinhos do Maranhão e do Ceará, a gente passa a ter mais informações e identificar outros membros do grupo”, finalizou Jung.
Presos
Wanderley Rodrigues da Silva
Bruno Costa de Oliveira
Adolfo Cícero de Alencar Neto (preso em Fortaleza)
Josué Oliveira Santos
Francisco Félix
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