O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou um sorteio eletrônico e o ministro Gilmar Mendes foi o escolhido para ser o relator do pedido de habeas corpus do empresário Joesley Batista, delator da Lava Jato, informou a Folha de São Paulo nesta sexta-feira (22).
O ministro já manifestou por diversas vezes que não é favorável ao processo de delação premiada realizada com os executivos da JBS. O ministro chegou a ser citado em uma conversa de quatro horas entre Joesley Batista, um dos donos da JBS, com Ricardo Saud, executivo do grupo. A conversa foi gravada e cita os ministros do STF, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.
- Foto: Wilton Junior / Estadão ConteúdoMinistro Gilmar Mendes
Segundo informações da Folha de São Paulo, o grupo J&F, que controla a JBS, gastou nos últimos dois anos R$ 2,1 milhões em patrocínio de eventos do Instituto Brasiliense de Direito Público, que tem como sócio o ministro Gilmar Mendes.
Gilmar Mendes também já criticou essas gravações e principalmente a procuradoria-geral de Justiça por fazer acordos de delação, concedendo benefícios, como por exemplo, um “regime domiciliar diferenciado”. Foi com base nessas gravações que a procuradoria já denunciou diversos políticos, inclusive o presidente Michel Temer (PMDB) por duas vezes.
Para o ministro, a procuradoria fez “contratos criminosos” com delatores da Lava Jato. Gilmar Mendes foi quem deu o voto decisivo que determinou a soltura do o procurador Ângelo Villela e o advogado Willer Tomaz, presos em decorrência da delação da JBS.
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