A família do radiologista Rudson Vieira Batista da Silva realizou uma caminhada na manhã desta quinta-feira (12) em protesto à liberdade preventiva concedida pelo juiz Jorge Cley Martins Vieira – da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina - ao policial militar Max Kellysson Marques Marreiro, acusado de assassinar Rudson Vieira durante uma discussão em um bar no bairro Buenos Aires, zona norte da cidade.
Em passeata que deu início por volta das 9 horas na Assembleia Legislativa do Piauí, familiares e amigos caminharam rumo ao Tribunal de Justiça do Piauí solicitando a prisão preventiva do acusado.
De acordo com a advogada e prima da vítima, Ravenia Moreia, a decisão do juiz foi contrária ao parecer do Ministério Público, que opinava pela manutenção da prisão. “Entramos com uma petição comunicando o óbito e reafirmando o pedido de prisão preventiva. Estamos aguardando a decisão de inclusive esse processo estar com o mesmo juiz que deferiu a soltura dele. Estamos aguardando a decisão do juiz agora, se ele reconsidera a sua decisão e manda prender esse assassino ou se ele encaminha esses autos para a segunda instância, que seria o Tribunal de Justiça para decidir”, explicou a advogada.
Abalada, a namorada de Rudson, Sabrina Amorim, solicitou a abertura de um processo administrativo contra o militar e a perda da farda. Sabrina Amorim contou com detalhes como ocorreu o incidente.
“O Rudson era uma pessoa de bem, um cidadão, trabalhava, formado. Então, ele estava num momento de lazer, se divertindo. Foi um motivo fútil, não chegou nem a ter discussão. O Rudson apenas pediu para que ele se afastasse e ele não aceitou e simplesmente sacou a arma e atirou. Então, isso não pode ficar assim. O que a gente quer hoje é realmente fazer um apelo à sociedade e ao Poder Público para que ele pague pelo crime que ele cometeu”, revelou a jovem.
João Neto, irmão da vítima, revelou que os pais estão recolhidos em uma propriedade no interior do estado, ainda comovidos com a situação e não puderam participar do protesto. De acordo com ele, a missa de sétimo dia do jovem será realizada na Igreja da Vila Operária na próxima sexta-feira (13), em Teresina.
“Nós estamos aqui reunidos para fazer essa caminhada, pedindo justiça, pois até agora o autor do crime não foi preso. Isso é um fato bastante intrigante para a gente e dói muito uma pessoa dessa estar impune e em liberdade”, concluiu.
Entenda o caso
O radiologista Rudson Vieira Batista da Silva, de 32 anos, que foi baleado na noite do último domingo (1), durante um desentendimento com um policial militar identificado como Max Kellysson Marques Marreiro em um bar no Buenos Aires, zona norte de Teresina, morreu na tarde desse sábado (7), no Hospital São Marcos.
Rudson Vieira estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Marcos, com a bala alojada na região das costas, e não resistiu às paradas cardíacas que sofreu desde a madrugada até o início da tarde de sábado.
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