No mesmo dia em que se apresentou como ministro ao desembarcar nos EUA, Abraham Weintraub foi exonerado do cargo de chefe do Ministério da Educação. O ato foi publicado no Diário Oficial da União neste sábado, 20, em edição extra, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. O decreto diz apenas que o ministro foi exonerado "a pedido" nesta data.
A saída de Abraham do Ministério da Educação já havia sido anunciada em vídeo publicado nas redes sociais na tarde desta quinta-feira, 18. Ele foi o décimo ministro a sair deste o início do governo. Weintraub ficou 14 meses no cargo e acumulou desavenças com reitores, estudantes, parlamentares e até com ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele foi filmado em reunião interministerial chamando os ministros de "vagabundos" e dizendo que "colocaria todos na cadeia".
Por conta das declarações feitas no vídeo, o ministro Alexandre de Moraes o incluiu no inquérito das fake news que tramita no STF. O ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, entrou com habeas corpus para tir-alo do inquérito, mas os ministro do STF decidiram por 9 a 1 que ele deveria permanecer na investigação.
Nesta quinta, 19, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) havia solicitado ao STF, por meio de ofício, a apreensão do passaporte do ex-ministro. A intenção era que ele não pudesse sair do País enquanto durar o inquérito das fake news.
Weintraub também é investigado pela suposta prática de crime de racismo. Ele publicou em seu Twitter um texto no qual fez uma publicação irônica em relação à China. Substituindo a letra 'r' pela 'l', em alusão ao personagem Cebolinha da Turma da Mônica. O inquérito foi aberto por determinaçãõ do ministro Celso de Mello. Em documento entregue à Polícia Federal, o ministro da Educação negou racismo. Segundo ele, “não se pode imputar um crime nessas circunstâncias, sob pena de se revogar um princípio e direito maior constitucional, que é a liberdade de expressão”.
No vídeo que gravou sobre sua despedida, Weintraub não comentou o motivo de sua saída. Disse apenas que iria assumir uma representação brasileira na diretoria do Banco Mundial. A entidade confirmou a indicação do ex-ministro ao Estadão. O mandato, porém, está no final e restam apenas três meses. Após este período, será necessária nova indicação e nova eleição.
Segundo a assessoria do Banco, diretores-executivos são os representantes dos 189 países-membros no Conselho de Diretores do Banco Mundial e são indicados ou eleitos pelos acionistas.
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