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Teresina - Piauí

Defesa nega que André Luís causou acidente que matou Milena Amanda

O advogado de André Luís afirmou que o laudo pericial não confirma que seu cliente estava embriagado, ao se envolver na colisão em dezembro de 2016.

A defesa de André Luís Borges Martins, acusado de provocar a morte da técnica de enfermagem Milena Amanda Nery e deixar mais duas pessoas feridas em um acidente de trânsito ocorrido em dezembro de 2016, na BR 343, negou que o estudante de Direito tenha causado a colisão.

No dia 12 de abril deste ano, a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal decidiu receber denúncia contra André Luís Borges Martins. Ele é acusado de homicídio simples, pela morte de Milena Amanda, e lesão corporal em relação ao noivo da vítima, Francieldo Pereira da Silva e de N. A. M. da S., que estava no mesmo carro que André. Segundo o Ministério Público, André Luís estava em estado de embriaguez, na contramão, acima da velocidade permitida e fazendo ziguezague na pista.


  • Foto: Facebook/André BorgesAndré Luís Borges MartinsAndré Luís Borges Martins

Em resposta, Leôncio Coelho, advogado de André Luís, afirmou que o laudo pericial não confirma que seu cliente estava embriagado. “O laudo pericial diz que ‘deixar a cargo de um patrulheiro determinar que alguém se encontra embriagado ou a uma testemunha é por demais perigoso, posto que já é difícil para o profissional médico, imagine para quem não tem essa informação e, notadamente, porque em acidentes de transito é comum haver ‘pressão baixa’, tonturas, etc. pela desaceleração e trauma cranioencefálico que pode levar o leigo, dentre eles os policiais, a afirmar que alguém esta ébrio sem que esteja’.

“Ele diz na conclusão que é impossível dizer que meu cliente estava embriagado. E aqui não sou eu quem diz, é a pericia: ‘este perito médico legal desconhece estudos científicos que norteiam esta tabela de conversão de valores entre dosagem sanguínea e o ar alveolar além de haver estudos de entidades sérias que não corroboram’. O laudo pericial diz que ele não estava embriagado. ‘Baseando-se nos documentos fornecidos pela autoridade policial não há meios para afirmar ou negar ocorrência de embriaguez’”, explicou o advogado.

De acordo com Leôncio Coelho, André Luís não provocou o acidente porque estava parado em uma área que não é via de tráfego, indicando que a colisão aconteceu fora da BR 343 e causada pelo noivo de Milena. “O outro ponto rebatido é o ziguezague. Ele ia fazer uma conversão à esquerda, porque ia levar a amiga da sua namorada para o bairro Planalto Uruguai. O acidente aconteceu em uma área que não é via de trafego. Meu cliente havia feito a conversão para entrar na rua que dá acesso ao Planalto Uruguai, O HB20 vinha na BR, como o acidente aconteceu fora da pista, conclui-se facilmente que quem saiu da mão foi o HB20. O meu cliente errou porque fez a conversão em cima da pista, mas se o HB20 tivesse mantido a direção dele na pista, trafegado normalmente, não teria acontecido o acidente. Quem colidiu com meu cliente foi o HB20. E tem mais, esse rapaz representante comercial de produtos médicos vinha de uma festa, porque não fizeram exame nele?”.

  • Foto: Rafael Galvão/GP1Leôncio CoelhoLeôncio Coelho

“A denúncia não se segura. Primeiro ponto: embriaguez, descartado. Os peritos refutaram essa teoria de embriaguez. Então não tem prova pericial de que ele estava embriagado. Segundo ponto: ziguezagueando. Quem vai ziguezaguear deixa marcas de pneu e não tem na pista. Terceiro: que ele invadiu a contramão. O acidente não aconteceu no talude da pista de Teresina/Altos, no asfalto. Dá para se concluir facilmente que aconteceu fora da BR. Então, o meu cliente não invadiu, meu cliente não estava embriagado. Como é que meu cliente vai desenvolver mais de 100 km/h se ele ia dobrar? É mais comum e lógico você observar que quem vem nesse sentido Altos/Teresina na via de rolamento, trafegue em uma velocidade mais rápida ou superior em comparação a quem estava parado para entrar em uma rua”, ressaltou o advogado.

Relembre o caso

A técnica de enfermagem Milena Amanda Nery Aguiar e seu noivo Francieldo Pereira, estavam em um carro modelo HB20 quando colidiram frontalmente com um Línea, conduzido por André Luís Borges Martins, que estava acompanhado de duas adolescentes, no do dia 04 de dezembro de 2016, na BR-343, saída de Teresina.

Milena, Franciel e André foram encaminhados ao HUT. Milena morreu momentos depois de chegar à unidade hospitalar. Francieldo ficou gravemente ferido e passou por uma cirurgia. André Luís foi transferido para o HGV, após passar por cirurgia na região da bacia. Laudo pericial apontou que André Luís estava sob efeito álcool, na contramão, além de estar em alta velocidade.

  • Foto: Instagram/Francieldo PereiraFrancieldo Pereira e Milena AmandaMilena Amanda

Dois dias após o acidente, o juiz Thiago Aleluia Ferreira de Oliveira decretou a prisão preventiva de André Luís “considerando a gravidade concreta do crime e a periculosidade da conduta do autuado”. No dia 27 de janeiro, o juiz da Central de Inquérito de Teresina revogou a prisão de André Luís. Ele foi solto mediante pagamento de fiança de R$ 9.370,00 e cumprimento de medidas cautelares.

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