O Ministério das Relações Exteriores tem enfrentado um entrave com a repatriação de uma brasileira que reside na Faixa de Gaza desde o início do conflito em Israel. A mulher em questão tem 41 anos, e é ex-nora de Abd al-Fattah Dukhan, um dos fundadores do Hamas, morto em 2023.
A brasileira foi casada com o filho de um dos fundadores do grupo terrorista, o palestino Said Dukhan, com quem teve sete filhos. Ela busca retornar ao país de origem com os filhos, o que é totalmente repudiado pelo ex-marido.
Segundo as leis palestinas, o pai tem poder sobre os filhos, dessa forma, a brasileira só pode sair com eles após autorização de Said Dukhan. Mesmo assim, o Itamaraty tenta uma negociação, mas Said se mostra inflexível sobre a decisão de proibir mãe e filhos de saírem da Faixa de Gaza.
Diplomatas que atuam na região têm enfrentado dificuldades na negociação pela limitação de poderes das autoridades, visto que a família está diretamente ligada ao Hamas. A mulher ainda relata que é ameaçada de morte pelo ex-marido, e que odeia o grupo terrorista.
Enquanto a negociação é feita, a brasileira e os filhos recebem doações de remédios e alimentos do Itamaraty.
Não sabia de ligação com o Hamas
Natural de Santa Catarina, durante entrevista à Folha de S. Paulo, a brasileira informou que se casou com Said após chegar na Palestina, em 2005, sem saber do envolvimento do ex-marido com o Hamas.
O casamento durou mais de uma década, período em que ela e os filhos foram vítimas de violência doméstica, e que Said Dukhan teria tentado matá-la.
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