O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou nesse sábado (10) os shows que o músico Roger Waters fará no Brasil. No Twitter, o ministro afirmou que não recebeu nenhuma petição sobre a suposta apologia ao nazismo nos shows de Waters, mas que se receber, irá analisar “com calma e prudência”.
“Ainda não recebi petição sobre apologia a nazismo que aconteceria em show musical. Quando receber, irei analisar, com calma e prudência”, afirmou o ministro.
Ainda não recebi petição sobre apologia a nazismo que aconteceria em show musical. Quando receber, irei analisar, com calma e prudência, a partir de duas premissas fundamentais:
— Flávio Dino ???????? (@FlavioDino) June 10, 2023
1. Consoante a nossa Constituição, é regra geral que autoridade administrativa não pode fazer…
Dino lembrou ainda que apologia ao nazismo é crime no Brasil, sujeito inclusive à prisão em flagrante. A publicação do ministro se deu após o vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil, Ary Bergher, pedir ao Ministério da Justiça que Roger Waters fosse impedido de entrar no Brasil e realizar shows no país.
Polêmica envolvendo Roger Waters
Roger Waters é um músico inglês, cofundador e ex-integrante da lendária banda Pink Floyd. Ele está em turnê mundial e vem ao Brasil para tocar em cinco capitais: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
Nos shows, ele apresenta canções de toda a carreira, inclusive da época em que fazia parte do Pink Floyd, que tem um álbum chamado The Wall, de 1989. É na apresentação de músicas desse álbum que reside a polêmica.
The Wall é um álbum conceitual, que retrata a vida de Pink, um jovem que cresce sendo oprimido e quando chega na fase adulta expressa sua revolta a essas opressões por meio de violências, comportamentos perturbados e abuso de drogas.
Então, em um acesso de alucinação, ele enxerga a si mesmo como um ditador totalitário, como aqueles do regime nazifascista. Roger Waters interpreta tudo isso no palco, em uma performance crítica e não de apologia ao nazismo.
O músico faz apresentações do tipo desde a turnê do álbum em questão, em 1990, e sempre foi interpretado como um crítico ao autoritarismo. Mas, há algumas semanas, quando se apresentava em Berlim, ele sofreu com pressões para que cancelasse seus shows na cidade, por parte daqueles que dizem que a apresentação tem cunho antissemita.
Esclarecimento
“Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final. Independentemente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem", disse o artista.
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