Neste domingo (28), os turcos decidem quem será o presidente nos próximos cinco anos. Recep Tayyip Erdogan, que está no poder há vinte anos, é o favorito no segundo turno. No último dia de campanha, o atual presidente reuniu milhares de pessoas em Istambul. Como favorito na disputa, ele pediu aos eleitores que retornem às urnas e convençam aqueles que não compareceram na última votação.
No primeiro turno, Erdogan quase conquistou a maioria dos votos, com 49,5%. Diante de um governo marcado pela alta inflação e aumento do custo de vida, Erdogan prometeu implementar mudanças econômicas. No último ano, ele enfrentou as consequências da guerra na Ucrânia e se colocou como mediador entre os presidentes russo e ucraniano.
Em fevereiro, ele liderou os esforços de resgate após os maiores terremotos da história do país, nos quais mais de 50 mil pessoas morreram. Na época, Erdogan foi duramente criticado pela demora no socorro. No entanto, os resultados do primeiro turno mostraram que ele conseguiu estancar a crise de imagem, vencendo com folga em 7 das 11 províncias afetadas.
Seu atual adversário é Kemal Kilicdaroglu. Para reduzir a diferença de 2,5 milhões de votos do primeiro turno, ele dedicou esta semana a conquistar o eleitorado mais jovem. Participou de programas na internet, prometeu uma vida mais modesta no palácio presidencial e destacou que, em seu governo, as mulheres terão mais independência.
Ao mesmo tempo, Kilicdaroglu atraiu os grupos ultranacionalistas do país e prometeu expulsar milhões de refugiados sírios. A Turquia é o país que mais acolhe refugiados no mundo, com cerca de 4 milhões, sendo 90% deles sírios que fogem da guerra civil. A maioria desses refugiados vive em situação de pobreza, segundo a ONU. Isso torna o país uma peça-chave na regulação do fluxo migratório de vários países europeus.
Os resultados da eleição devem ser divulgados até segunda-feira (29). Se Recep Tayyip Erdogan vencer novamente, ele iniciará sua terceira década no comando da Turquia.
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