A China suspendeu o crédito de US$ 6,5 bilhões à Argentina, aguardando sinais de reaproximação do presidente argentino, Javier Milei, com Pequim. O recurso, disponibilizado em outubro pelo Banco Central chinês, será retido até que Milei demonstre um compromisso concreto com a China.
O crédito foi concedido por meio de um swap cambial após uma reunião entre o então presidente argentino, Alberto Fernández, e Xi Jinping. A negociação incluiu uma cláusula de relacionamento político entre os países, e a China exige que a Argentina estabeleça um “acordo programático” com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O acordo cambial é crucial para a Argentina, pois ajuda o país a pagar suas dívidas. Em novembro, o governo argentino usou o swap cambial para liquidar parte de sua dívida de US$ 2,6 bilhões com o FMI. A estratégia também visa aumentar as reservas argentinas, já que Milei enfrentará um baixo estoque de reservas internacionais durante seu mandato.
Milei está empenhado em reconstruir rapidamente os laços com a China, que foram abalados após suas declarações de que a Argentina não faria “negócios com comunistas”. Após sua eleição, Milei e a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, se encontraram com Wu Weihua, representante de Xi Jinping, e Milei enviou uma carta a Xi pedindo apoio para acelerar a renovação do swap cambial.
A China não descartou a possibilidade, mas espera clareza nos posicionamentos da Argentina. Entre as exigências chinesas estão a nomeação de um embaixador argentino na China e a compra de caças chineses JF-17 pela Argentina. A China só descongelará o crédito se Milei se encontrar com Xi Jinping em uma visita oficial à China.
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