A imagem da Rainha Elizabeth II está em todo o lugar. Aparece no dinheiro britânico – como a nota de 5 libras e a moeda de 1 libra – e em selos de cartas. O símbolo da realeza está em embalagens de condimentos e em jaquetas. Desde a morte dela, neste mês, o rosto de Elizabeth está por toda a parte nas notícias. No entanto, em pouco tempo, a face do Rei Charles III vai substituir a de sua mãe tanto em produtos oficiais quanto em extraoficiais.
Muita coisa vai mudar. Mas há um ponto positivo nessa transformação real. “O custo da monarquia, que é significativo, não estava sendo controlado. E é algo que precisa ser controlado’, diz Norman Baker, um ex-ministro que escreveu um livro intitulado O que você vai fazer? O que a família real não quer que você saiba. Em outras palavras: tudo já é tão caro que substituir um membro da realeza por outro não faz tanta diferença.
Não é incomum hoje, no Reino Unido, que caixas de correio tragam as insígnias de monarcas que viveram bem antes de Elizabeth. Hoje há cerca de 115,5 mil caixas de correio no Reino Unidos, sendo que 61,4% delas trazem a cifra real de Elizabeth, de acordo com o serviço de correios britânico. Todas as caixas postais em produção durante o reinado de Elizabeth permanecerão intactas, diz o site da instituição. Já as novas vão homenagear o Rei Charles III.
No caso do dinheiro, a situação é um pouco diferente: Elizabeth foi a primeira monarca a aparecer nas notas, em 1960. E a mudança no trono britânico chega em um momento em que o banco central está fazendo uma substituição do dinheiro em circulação por cédulas de polímero, que reduzem a transmissão de germes.
Várias companhias, da Heinz (de condimentos) à Burberry (de roupas de luxo), usam o brasão de Elizabeth em seus produtos – algo que não precisará mudar imediatamente. Para ser elegível para usar o brasão, um negócio precisa ter prestado serviços relevantes para a família real por pelo menos sete anos. Mais de 600 negócios – uma lista que inclui também os cristais Swarovski – têm hoje esse direito.
Agora que Elizabeth morreu, companhias como a Heinz, que receberam a autorização por ela, têm dois anos para continuar a usar o brasão. Depois que esse prazo expirar, a Heinz precisará modificar suas garrafas de ketchup que circulam nos EUA.
Outros produtos não oficiais também estão sentindo o efeito da morte da rainha. A pequena empresa Silk Road Bazaar, que faz ornamentos vendidos no site Etsy, sobretudo para clientes anglófilos. Em agosto, a pequena empresa havia vendido apenas três ornamentos com o rosto da rainha e um com a imagem do Príncipe Charles.
De acordo com Andrew Kurschner, fundador do negócio, a sorte mudou com a morte de Elizabeth: ele vendeu 60 unidades com o rosto dela desde então. A demanda por Charles também aumentou, para um total de oito ornamentos.
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