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Proclamação de Charles III une tradição medieval e modernidade

Conselho de Sucessão se reuniu no Palácio de Saint James pela primeira vez depois de 70 anos.

Charles III foi proclamado rei dos britânicos neste sábado, 10, dois dias após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, em uma cerimônia com raízes na Idade Média.: John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron, Theresa May e Boris Johnson. Pela primeira vez na história, a cerimônia foi transmitida pela televisão britânica e acompanhada, via smartphones, nas redes sociais.

Todos os seis ex-primeiros-ministros ainda vivos do país participaram da proclamação: John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron, Theresa May e Boris Johnson.


Assim que foi anunciado como novo rei, o Conselho declarou: “Deus salve o rei”. “Minha mãe deu um exemplo de amor ao longo da vida e de serviço altruísta. O reinado de minha mãe foi inigualável em sua duração, dedicação e devoção. Vou tentar seguir o exemplo inspirador que recebi, mantendo o governo constitucional e a paz”, disse o monarca em seu discurso após a proclamação.

“Vou ser guiado pelo Conselho e pelos parlamentares. Eu estou encorajado pelo apoio constante da minha esposa. E aproveito essa oportunidade para confirmar que mantenho a tradição para entregar o governo, que estarei apoiando como Chefe de Estado. Prometo dedicar o resto da minha vida para essa tarefa pesada que me coube”, acrescentou o novo rei.

A cerimônia do Conselho de Ascensão tem origem saxônica. Com a queda do Império Romano, as Ilhas Britânicas foram invadidas por tribos bárbaras, que lutavam entre si pelo controle do território, entre eles os anglos e os saxões. Quando um rei saxão morria, seus pares se reuniam para eleger o novo monarca.

A tradição entrou na Baixa Idade Média e foi mantida quando os normandos, com Guilherme, o Conquistador, invadiram a Grã-Bretanha em 1.066 e outros reis medievais que o sucederam.

A última vez em que o conselho se reuniu foi em 1952, quando George VI morreu e Elizabeth II foi proclamada rainha. Ao longo do século 20, o conselho também foi responsável por proclamar os reinados de Edward VIII, Edward VII e George V, e, antes deles, da rainha Vitória, em 1837.

A lei comum britânica determina que a coroa nunca morre. Por isso, quando cada monarca falece, normalmente se diz: “O rei está morto. Longa vida ao rei”. Então, num período de 24 horas, o Conselho de Sucessão se reúne para homologar a ascensão de um novo monarca ao trono. No caso de Charles III, a cerimônia levou mais do que 24 horas para ocorrer pelo fato de a rainha ter morrido à tarde, no dia 8.

Fazem parte desse conselho que proclama o novo rei, sempre segundo a tradição, os membros do conselho privado, que reúne membros da família real e ministros do gabinete, além de membros da aristocracia e representantes de países da Commonwealth. No caso de Charles III, participaram da reunião a rainha-consorte, Camilla, e William, o príncipe de Gales. A ministra do Comércio, Penny Mourdaunt, presidiu a sessão, que reuniu cerca de 200 conselheiros.

A reunião começou sem o rei. Ali, os conselheiros anunciaram a morte de Elizabeth II e a ascensão de Charles III ao trono. Na segunda parte da cerimônia, Charles fez uma declaração e um juramento. Posteriormente, foi proclamado rei nos 4 países que formam o Reino Unido - Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte, conforme a tradição de espalhar a chegada do novo monarca pelos quatro cantos do reino.

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