Pelo menos 42 pessoas morreram e mais de 100 estão hospitalizadas no oeste da Índia após consumo de um produto contrabandeado vendido como bebida alcoólica em aldeias onde há um controle rigoroso sobre a venda de álcool, informaram nesta quinta-feira, 28, fontes da polícia local.
Até agora, 42 pessoas morreram em várias cidades do distrito de Botad e da cidade de Ahmedabad, no estado de Gujarat, e mais de 100 estão em hospitais recebendo tratamento médico.
As primeiras mortes foram confirmadas na última segunda-feira, 25, depois que várias pessoas de diferentes comunidades de Botad e Ahmedabad começaram a chegar aos hospitais após consumirem álcool adulterado na região.
Intensas operações envolvendo vários órgãos governamentais foram realizadas nos últimos dias nessas cidades, enquanto as autoridades pedem aos moradores que se dirijam aos centros médicos caso tenham consumido álcool nos últimos dias.
“Estamos pedindo apoio público, se alguma das pessoas nessas aldeias consumiu esse álcool, venha receber tratamento”, disse Kumar.
Leis estaduais
O estado de Gujarat é regido por uma severa legislação, em vigor desde 1949, que proíbe a venda, fabricação, distribuição e consumo de bebidas alcoólicas, e impõe duras penalidades e multas contra a violação da regra.
Segundo Kumar, as pessoas consumiram metanol ou álcool metílico, levemente dissolvido em água, que era vendido aos moradores como bebida alcoólica.
O álcool é frequentemente alterado com metanol para aumentar sua intensidade. Se ingerido, o metanol pode causar cegueira, danos ao fígado e até a morte.
Até agora, nove pessoas foram presas em relação a este incidente e a polícia está procurando pelo menos dez outros envolvidos.
Investigação
Um dos citados é o suposto fabricante da bebida ingerida pelas vítimas, feita a partir da substância, às vezes usada como solvente industrial, e que a vendia para pequenos contrabandistas locais.
Centenas de pessoas morrem a cada ano na Índia, envenenadas por álcool fabricado em destilarias clandestinas. Dos 5 bilhões de litros de licor consumidos a cada ano no país, cerca de 40% vem ilegalmente, segundo a Associação Internacional de Bebidas Espirituosas e Vinhos da Índia.
Somente no estado de Gujarat, 85.436 crimes relacionados à venda ilegal de álcool foram registrados nos primeiros seis meses do ano e mais de 60 mil acusados foram presos, segundo dados oficiais. Em 2019, mais de 100 pessoas morreram após consumirem bebida alcoólica falsificada em dois estados da Índia.
O ministro-chefe de Gujarat, Bhupendra Patel, do partido governista Povo Indiano (BJP, sigla em indiano), do primeiro-ministro Narendra Modi, convocou na terça-feira, 26, uma reunião de alto nível sobre o incidente em Botad.
Segundo seu gabinete, ele “instruiu as autoridades a tomarem medidas rigorosas contra os vendedores ilegais de tais referidas substâncias entorpecentes” e pediu para concluir a investigação o mais rápido possível.
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