Em um esforço para evitar um lockdown semelhante ao imposto a Xangai, Pequim está fechando escolas e suspendendo funerais e casamentos. A cidade de 22 milhões de habitantes ordenou três sequências de testes obrigatórios massivos esta semana e está recrudescendo as restrições pela covid-19.
Os temores de que Pequim possa entrar em confinamento em breve já fizeram as famílias correrem para estocar comida, levando alguns supermercados à escassez.
Um novo surto de coronavírus levantou preocupações de que a capital possa se tornar, depois de Xangai, o próximo grande centro urbano do país a suspender a vida para conter a disseminação da variante Ômicron.
Nesta quinta-feira, 28, a Secretaria de Educação da cidade ordenou que todas as escolas suspendam as aulas a partir de sexta-feira e assinalou que ainda não determinou quando retornarão. Também não está claro se as escolas oferecerão aulas online ou se permitirão que os alunos prestes a fazer exames cruciais regressem às salas de aula.
Pequim anunciou 50 novos contágios nesta quinta-feira, dois deles assintomáticos, e levou o total da última onda de infecções a cerca de 150. Os estudantes representam mais de 30% do total de casos, com grupos vinculados a seis escolas e dois jardins de infância no Distrito de Chaoyang, em Pequim.
Também nesta quinta-feira, foi ordenado aos moradores de Chaoyang que permaneçam confinados. Algumas clínicas e escritórios foram fechados.
Pequim tem atuado com mais rapidez do que muitas cidades chinesas para impor restrições enquanto o número de casos segue ainda baixo e a escala de surto de coronavírus continua contornável.
A meta é evitar os tipos de medidas drásticas impostas em Xangai, onde a variante Ômicron altamente transmissível atingiu a cidade de 25 milhões de habitantes.
As restrições que mantêm muitos residentes de Xangai confinados em suas casas chegaram à quarta semana e todas as escolas migrando para as aulas online desde o mês passado.
As medidas rígidas causaram revolta e frustração com a escassez de alimentos e suprimentos básicos, a incapacidade dos hospitais de lidar com outras emergências de saúde e más condições em locais centralizados de quarentena para onde qualquer pessoa que tenha testado positivo ou tido contato com alguém doente deve ser enviada.
Rara revolta pública
A política de tolerância zero à covid-19 da China provocou rara raiva pública em um ano importante para o presidente Xi Jinping, por medidas que parecem surreais para grande parte do mundo exterior que escolheu viver com o vírus, mesmo quando as infecções se espalham.
Espera-se que Xi assegure um terceiro mandato de liderança no segundo semestre e as autoridades gostariam de evitar uma repetição na capital das cenas em Xangai, onde alguns moradores se inclinaram para fora de suas janelas para bater em panelas e frigideiras com raiva enquanto agentes em trajes de proteção instalavam cercas ao redor de suas casas.
Autoridades chinesas disseram repetidamente que restrições severas à covid, incluindo bloqueios prolongados, são necessárias para salvar o maior número possível de vidas e evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado.
Em Taiwan democraticamente governada, que Pequim afirma pertencer à China, as autoridades estão gradualmente diminuindo as restrições, mesmo quando os casos diários de covid tenham superado 10 mil pela primeira vez. Apenas sete pessoas morreram de coronavírus este ano.
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