Dez pessoas morreram e 16 estão desaparecidas após um barco turístico naufragar nas águas geladas e agitadas do norte do Japão no sábado, 23, anunciou a Guarda Costeira neste domingo, 24.
“Confirmamos a morte de dez pessoas encontradas após o naufrágio do barco Kazu I”, disse à Agência France-Presse um porta-voz da Guarda Costeira, que especificou que as buscas pelos desaparecidos continuam. As dez vítimas fatais são sete homens e três mulheres.
Apesar do mau tempo previsto, o Kazu I zarpou na manhã de sábado com 26 pessoas a bordo para um passeio pela península de Shiretoko, local declarado Patrimônio da Humanidade por sua natureza intocada a nordeste da grande ilha japonesa de Hokkaido, no norte do Japão.
“Era óbvio que a situação do mar iria piorar e eu disse a eles para que não saíssem”, declarou o operador de outro barco turístico à rede de televisão NHK. “Apesar de tudo, eles saíram”.
O Kazu 1 enviou um pedido de socorro às 13h15 (horário local, 03h15 de Brasília) de sábado e avisou que estava afundando, com uma parte inclinada a 30 graus.
A Guarda Costeira só chegou ao local do naufrágio depois de três horas e agora participa nas buscas com o apoio de helicópteros policiais e militares e embarcações de pesca locais.
Duas crianças a bordo
A televisão nacional NHK exibiu imagens de um helicóptero e barcos de patrulha examinando a zona, bem como salva-vidas em terra analisando um litoral muito acidentado, com ondas altas batendo nas rochas.
A embarcação transportava 24 passageiros, incluindo duas crianças, e dois tripulantes.
Todos usavam coletes salva-vidas, mas a temperatura da água durante o dia era de dois a três graus Celsius e, de fato, alguns barcos de pesca retornaram ao porto mais cedo devido ao mau tempo, segundo relatos locais.
“Estava previsto que as ondas ficariam cada vez mais altas. Eu não teria ido para o mar nessas condições”, assegurou no sábado uma pessoa do setor do turismo local à agência Kyodo.
O Kazu I já havia sofrido um acidente durante uma excursão em junho passado, quando atingiu o fundo do mar perto do porto que utiliza de base, segundo a mídia japonesa.
O incidente não causou feridos, mas uma investigação foi aberta pela polícia contra o capitão do barco por negligência.
A Unesco declarou a península de Shiretoko Patrimônio da Humanidade em 2005 por sua vida selvagem distinta, incluindo o ameaçado Leão-marinho-de-steller, bem como aves migratórias e ursos pardos. Os barcos turísticos são populares na área com visitantes que vêm para ver baleias, pássaros e outros animais selvagens.
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