A Rússia retomou seu ataque aos últimos combatentes ucranianos escondidos em uma siderúrgica em Mariupol dias depois de Moscou declarar vitória na cidade e afirmar que suas forças não precisavam tomar a planta.
Segundo o assessor presidencial Oleksi Arestovich, as forças russas estavam atacando o complexo de Azovstal com bombardeios aéreos e tentando invadi-lo. “O inimigo está tentando estrangular a resistência final dos defensores de Mariupol”, disse.
A maior batalha do conflito dura semanas, enquanto a Rússia tenta capturar uma cidade vista como vital para suas tentativas de ligar a região leste de Donbas à Crimeia, a península do Mar Negro que Moscou tomou em 2014.
Ao mesmo tempo, um míssil disparado pelas forças russas atingiu uma área residencial de Odessa, outra cidade portuária, matando ao menos cinco pessoas, segundo autoridades ucranianas. No local, também haveria prédios militares.
Foi o primeiro ataque com mísseis na cidade desde o início de abril, e o ataque ocorreu um dia depois que um general russo dizer que Moscou pretendia controlar todo o sul da Ucrânia.
A conta oficial do Telegram da cidade disse que a infraestrutura foi atingida e pediu aos moradores que não compartilhassem fotos ou vídeos, alegando que isso “ajudaria o inimigo”.
“O único objetivo dos ataques com mísseis russos em Odesa é o terror”, tuitou Dmitro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. “A Rússia deve ser designada como um estado patrocinador do terrorismo e tratada de acordo. Sem negócios, sem contatos, sem projetos culturais. Precisamos de um muro entre a civilização e os bárbaros atacando cidades pacíficas com mísseis.”
Como uma cidade portuária economicamente importante, Odessa tem sido um alvo para as forças russas. Mas os militares de Moscou têm lutado para avançar no leste, Odessa vinha sendo atacada com menos frequência do que muitas outras cidades.
A vida tinha voltado ao normal lá, e muitos moradores se preparavam para celebrar a Páscoa ortodoxa no domingo. A cidade implementou um toque de recolher a partir das 23h até às 5h de domingo (hora local), porque o fim de semana de feriado é considerado de maior risco de ataques.
A Rússia nega que esteja alvejando civis no que chama de “operação militar especial”, que começou em 24 de fevereiro.
Na sexta-feira, o general russo Rustam Minnekayev disse que Moscou queria o controle de todo o sul da Ucrânia, não apenas Donbas.
A Ucrânia disse que os comentários indicam que a Rússia tem objetivos mais amplos do que seu declarado plano de “desmilitarizar e desnazificar” o país.
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