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Zona de exclusão aérea na Ucrânia seria declaração de guerra, diz Putin

A medida vem sendo pedida pela Ucrânia, mas rejeitada por países ocidentais que temem o pior.

A criação de uma zona de exclusão aérea na Ucrânia seria uma “declaração de guerra”, disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, neste sábado, 5, em uma reunião com tripulantes de companhias aéreas russas. "Ouvimos que é necessário estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre o território da Ucrânia. É impossível fazer isso a partir do próprio território da Ucrânia, a ajuda de países vizinhos seria necessária. Qualquer movimento nessa direção será considerado por nós como uma participação no conflito armado", afirmou durante o encontro, transmitido pela TV pública do país.

A medida vem sendo pedida pela Ucrânia, mas rejeitada por países ocidentais, que temem que o conflito escale e atinja a Europa. Nesta sexta-feira, 4, a Otan rejeitou a criação de uma zona de exclusão no país. “Os aliados concordaram que não deveríamos ter aeronaves sobre o espaço aéreo da Ucrânia ou tropas em território ucraniano”, disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.


“A única maneira de implementar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia seria enviando aviões de combate da Otan, que teriam de derrubar aviões russos que operam na Ucrânia”, afirmou. “Acreditamos que, se fizermos isso, vamos acabar tendo uma guerra total na Europa, envolvendo muitos outros países e causando muito mais sofrimento humano.”

Putin afirmou que as sanções e reações de líderes mundiais à invasão estão arriscando "o futuro do Estado ucraniano". Ele classificou as sanções como "um meio de lutar contra a Rússia". "Essas sanções que estão sendo impostas são como uma declaração de guerra", enfatizou.

Putin também aproveitou a reunião para repetir algumas das justificativas dadas para a invasão da Ucrânia. Classificando a decisão de intervir no país como “difícil”, o presidente russo incluiu a defesa dos habitantes das regiões separatistas da Ucrânia em seu discurso. "Ouça, as pessoas em Donbas não são cães vadios. Entre 13 mil e 14 mil pessoas morreram ao longo dos anos. Mais de 500 crianças foram mortas ou mutiladas. Mas o Ocidente optou por não perceber isso por oito anos", declarou, referindo-se à guerra que começou em 2014 após a mudança de regime em Kiev e a anexação do território ucraniano da Crimeia pela Rússia.

Enquanto os russos cercam a Ucrânia, esforços diplomáticos para reverter a situação continuam. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou à Polônia para se encontrar com o primeiro-ministro e o ministro das Relações Exteriores, um dia depois de participar de uma reunião da Otan em Bruxelas, na qual a aliança prometeu intensificar o apoio aos membros do flanco leste.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse no sábado que a Rússia está pronta para uma terceira rodada de negociações sobre essa e outras questões, mas afirmou que "o lado ucraniano, o lado mais interessado aqui, ao que parece, está constantemente inventando vários pretextos para atrasar o início de outra reunião.''

Putin também afirmou no encontro que as forças russas eliminaram uma parte significativa das estruturas militares da Ucrânia. "O que as tropas russas fizeram primeiro foi destruir toda a infraestrutura militar. Bom, não toda, mas principalmente depósitos de armas, munições, aviação, sistemas de defesa antiaérea", disse o chefe de Estado. "Praticamente, esse trabalho foi concluído.”

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