A decisão russa de enviar "tropas de paz" ao leste da Ucrânia é um "absurdo", afirmou nesta terça-feira, 22 (horário local, noite de segunda-feira no Brasil) a embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield. Falando em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da organização, Thomas-Greenfield afirmou, ainda, que a Rússia reconheceu a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia em uma tentativa de criar um pretexto para uma nova invasão.
Greenfield acrescentou que as consequências da ação da Rússia serão terríveis na Ucrânia, na Europa e no mundo e que o número de vítimas humanitárias aumentará significativamente se Moscou invadir o país.
Já a delegação chinesa pediu cautela, mas evitou referendar a decisão de Putin de autorizar o envio de tropas ao leste da Ucrânia.
Mais cedo, os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia prometeram reagir em conjunto à decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer a independência de repúblicas separatistas da Ucrânia e enviar tropas para a região. O governo americano aplicou sanções a separatistas pró-Rússia que atuam no leste da Ucrânia, mas evitou punições ao Kremlin.
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de violar a integridade territorial de seu país ao reconhecer a independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.
"A Ucrânia descreve inequivocamente as últimas ações da Rússia como uma violação da soberania e integridade territorial de seu Estado. Toda a responsabilidade pelas consequências desta decisão recai sobre os líderes da Rússia", disse Zelenski durante um discurso televisionado nesta terça-feira, 22 (horário local, noite de segunda-feira no Brasil).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira, 21, dois decretos que autorizam envio de tropas para duas regiões separatistas no leste da Ucrânia depois de reconhecer Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes. A medida, que ecoa os movimentos de Putin na Guerra da Geórgia em 2008, foi anunciada um dia depois dos esforços do presidente francês, Emmanuel Macron, de negociar uma saída diplomática para a crise.
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