O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira, 18, estar convencido de que Vladimir Putin tomou a decisão de invadir a Ucrânia. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa na Casa Branca após uma ligação com demais líderes ocidentais.
Questionado pelos repórteres se acreditava que a Rússia já havia tomado a decisão de invadir, o presidente respondeu “sim” e acrescentou que sua percepção era baseada nos relatórios da inteligência americana. Ele não descartou a resolução diplomática, mas ressaltou que qualquer ação militar antes do próximo encontro entre o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o chanceler russo, Serguei Lavrov, encerraria este canal.
"A partir deste momento, estou convencido de que ele tomou a decisão”, afirmou. Quando questionado se uma resolução diplomática já estava "fora da mesa", o presidente respondeu que "a diplomacia é sempre uma possibilidade".
Antes da coletiva, Biden fez uma ligação com líderes do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Polônia e Romênia, além da União Europeia e da Otan, para manter uma posição unificada com relação às tensões na Ucrânia. Desde a semana passada, os EUA alertam que a Rússia pode invadir “a qualquer momento”.
Também nesta sexta-feira, os Estados Unidos disseram que cerca de 190.000 soldados russos estavam dispostos dentro e perto da Ucrânia, apesar dos anúncios russos de retirada das tropas nos últimos dias. O número é muito maior que os 130.000 do fim de janeiro.
Os americanos também repetiram os avisos de que Moscou tentaria fabricar uma provocação da Ucrânia para justificar uma invasão de seu vizinho menor. Além de acusar a Rússia de ser responsável por recentes ataques cibernéticos contra o Ministério da Defesa ucraniano e grandes bancos.
A reunião entre os líderes e as novas acusações da Casa Branca ocorreram após intensos bombardeios na noite desta quinta-feira nas duas regiões separatistas pró-Rússia da Ucrânia, Donetsk e Luhansk. O movimento aumentou o receio de que a Rússia usaria os conflitos na bacia de Donbass para justificar uma invasão à Ucrânia. As províncias informaram nesta sexta-feira que estão retirando seus civis.
Aos repórteres, Biden acusou a Rússia de provocar desinformação ao acusar a Ucrânia de provocar os ataques. "Continuamos a ver mais e mais desinformação sendo divulgada ao público russo, incluindo separatistas apoiados pela Rússia, alegando que a Ucrânia planeja lançar um ataque ofensivo maciço no Donbass", disse Biden.
"Olhe, não há evidências dessas afirmações, e desafia a lógica básica acreditar que os ucranianos escolheriam este momento, com mais de 150.000 soldados dispostos em suas fronteiras, para escalar um conflito".
"Tudo isso é consistente com a cartilha que os russos usaram antes", completou. "Isso também está de acordo com o cenário de pretexto sobre o qual os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros vêm alertando há semanas".
Ao mesmo tempo, o Kremlin anunciou a realização de grandes exercícios nucleares neste fim de semana que incluirão o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro, disse o Ministério da Defesa do país. Os movimentos serão acompanhados de perto pelo presidente Vladimir Putin.
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