O número de mortos na explosão de uma mina de carvão na Turquia chegou a 40, de acordo com um novo balanço divulgado, no início deste sábado, 15, pelo ministro do Interior, Suleyman Soylu. “Contamos um total de 40 mortes. 58 mineiros conseguiram se salvar”, disse Soylu. Ao seu lado, o ministro da Energia, Fatih Donmez, considerou, visivelmente afetado, que se aproximava “o fim das operações de resgate”.
O desastre ocorreu em Amasra, na província turca de Bartin, litoral do Mar Negro, na tarde desta sexta-feira, 14. Ao todo, 110 mineiros estavam no local no momento da explosão. Mais cedo, o ministro da Saúde, Fahrettin Koca, havia informado que ao menos 28 trabalhadores tinham morrido. O trabalho de resgate seguiu até a nova atualização. No total, 11 mineiros continuam hospitalizados, cinco deles em estado grave, enquanto pelo menos um trabalhador continua desaparecido.
Cerca de 110 mineiros que trabalhavam no turno das 16h às 0h estavam na mina de carvão quando a explosão ocorreu, por volta das 18h15, no horário local. O incidente foi registrado em uma galeria com mais de 300 metros de profundidade, onde quase metade dos mineiros estavam no momento do estouro. O governador da província de Bartin, Nurtaç Arslan, havia explicado anteriormente que 44 mineiros estavam no nível de 300 metros, onde ocorreu a deflagração, e outros cinco em outros 350 metros de profundidade.
Em atualização recente, uma emissora local afirmou, depois de saber da declaração do ministro da Saúde, que outros dois corpos sem vida foram resgatados das profundezas, o que, se confirmado oficialmente, aumentaria o número de mortos para 30 e o número de pessoas que permanecem encurraladas ficaria em 13. Portanto, o número de vítimas pode ser atualizado a qualquer momento.
Fatih Donmez, ministro de Energia e Recursos Naturais, explicou mais cedo que, horas após a explosão, o fogo na galeria da explosão ainda não tinha sido extinto e, naquele momento, dos 15 mineiros até então presos, ao menos 11 estariam na área onde há chamas.
O presidente Recep Tayyip Erdogan publicou, no Twitter, que irá a Bartin hoje para “coordenar o trabalho de busca e resgate”. Também prometeu uma investigação completa sobre o acidente.
“Nossas autoridades judiciais vão investigar todos os aspectos deste terrível acidente que nos devastou. Nenhuma negligência será sem consequências”, assegurou ele.
Ele também disse que o Estado “protegerá as famílias” das vítimas, cujos funerais começaram a ser realizados neste sábado em cidades vizinhas.
Investigação
O Ministério Público local nomeou três promotores para investigar a causa do incidente. O ministro turco da Energia, Fatih Dönmez, que também foi a Amasra na noite passada, disse à mídia que, de acordo com as primeiras investigações, o desastre foi causado por uma explosão de grisu - um gás combustível, formado de metano, anidridos carbônicos e nitrogênio, que se desprende espontaneamente das minas de carvão. “Há vários deslizamentos de terra parciais”, explicou Dönmez.
Depois de trabalhar a noite toda, as equipes de socorro continuam neste sábado com seus esforços para resgatar mais mineiros, enquanto os parentes e amigos dos desaparecidos aguardam notícias de seus entes queridos na área de mineração. “Nós não sabemos de nada. Havia poeira e fumaça, não podíamos ver o que aconteceu. Saí sozinho. Aqueles de nós que estavam um pouco longe sentiram a pressão da explosão, mas não conseguimos ver nada”, disse, à mídia local, um mineiro que saiu do poço antes da chegada das equipes de resgate.
A mina danificada pertence à estatal Turkish Hard Coal Enterprises. Segundo o jornal turco Evrensel, um relatório do Tribunal de Contas já havia chamado a atenção para este poço em 2019, indicando que houve vazamentos de gás elevados com risco de explosão. A Turquia é um dos países do mundo com mais acidentes em suas minas de carvão e linhita, que os sindicatos atribuem às más medidas de segurança em um setor mal regulado e controlado.
O maior desastre ocorreu em maio de 2014 em uma mina em Soma, na província ocidental de Manisa, quando 301 mineiros morreram em um incêndio causado por uma explosão elétrica em um poço. Desde 1941, mais de três mil pessoas morreram em acidentes de mineração neste país da Eurásia.
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