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Avanço do Talibã até Cabul impressionou pela rapidez

Em curto espaço de tempo, insurgentes realizaram uma campanha militar que impôs derrotas aos afegãos.

A chegada do Talibã até Cabul neste domingo, 15, foi o desfecho de uma impressionante ofensiva do grupo rebelde, que até pouco tempo estava restrito a apenas algumas regiões do país.

Em um curto espaço de tempo, os insurgentes realizaram uma campanha militar que impôs sucessivas derrotas às forças de defesa afegãs - que durante 20 anos receberam treinamento e recursos dos Estados Unidos e seus aliados da Otan -, resultando na conquista das maiores cidades do país, até a tomada da capital.


O avanço do Talibã foi planejado e bem-sucedido, e aproveitou o momento de retirada das tropas americanas do país. Apesar de negociações diplomáticas ainda estarem ocorrendo para evitar uma escalada desnecessária de violência, a campanha militar de reconquista do Afeganistão está praticamente concluída. Veja os momentos-chave da ofensiva.

Cronologia da campanha militar do Talibã

14 de abril - O presidente americano, Joe Biden, anuncia que as tropas dos EUA se retirarão do Afeganistão a partir de 1º de maio, e estarão fora do país até 11 de setembro, encerrando a guerra mais longa da história dos EUA. As datas foram confirmadas após uma extensão do prazo de retirada anterior, de 1º de maio, acordado entre o país e o Talibã.

04 de maio - Combatentes do Talibã lançam uma grande ofensiva contra as forças afegãs na província de Helmand, no sul. Eles também atacam em pelo menos seis outras províncias.

11 de maio - O Talibã toma o distrito de Nerkh, nos arredores de Cabul, enquanto a violência se intensifica em todo o país.

07 de junho - Altos funcionários do governo dizem que mais de 150 soldados afegãos são mortos em 24 horas, conforme o conflito piora. Eles acrescentam que há combates em 26 das 34 províncias do país.

22 de junho - Os combatentes do Talibã lançam uma série de ataques no norte do país, longe de seus redutos tradicionais no sul. Enviado da ONU para o Afeganistão diz que eles ocupam mais de 50 dos 370 distritos.

02 de julho - as tropas americanas saem silenciosamente de sua principal base militar no Afeganistão - a Base Aérea de Bagram, a uma hora de carro de Cabul. Isso efetivamente termina com o envolvimento dos EUA na guerra.

05 de julho - Talibã afirma que pode apresentar proposta de paz por escrito ao governo afegão em agosto.

21 de julho - Insurgentes controlam cerca da metade dos distritos do país, de acordo com general americano, destacando a escala e a velocidade de seu avanço.

25 de julho - Os Estados Unidos prometem continuar a apoiar as tropas afegãs "nas próximas semanas" com ataques aéreos intensificados para ajudá-las a conter os ataques do Talibã.

26 de julho - As Nações Unidas afirmam que quase 2.400 civis afegãos foram mortos ou feridos em maio e junho na escalada da violência, o maior número nesses meses desde o início dos registros em 2009.

06 de agosto - Zaranj, no sul do país, torna-se a primeira capital provincial a cair nas mãos do Talibã em anos. Muitos mais caem nos dias seguintes, incluindo Kunduz, ao norte.

13 de agosto - Mais quatro capitais de província caem em um dia, incluindo Kandahar, a segunda cidade do país e berço espiritual do Talibã. No Oeste, outra cidade importante, Herat, é invadida e o veterano comandante Mohammad Ismail Khan, um dos principais lutadores contra o Talibã, é capturado.

14 de agosto - O Talibã toma a maior cidade do Norte do país, Mazar-i-Sharif e, com pouca resistência, Pul-e-Alam, capital da província de Logar, apenas 70 km ao sul de Cabul. Os EUA enviam mais tropas para ajudar a retirada de seus civis de Cabul, já que o presidente afegão Ashraf Ghani diz que está consultando parceiros locais e internacionais sobre os próximos passos.

15 de agosto - O Talibã toma a cidade-chave de Jalalabad, no Leste, sem sequer lutar, concluindo o cerco de Cabul. Insurgentes entram na capital, também sem grande resistência. Americanos intensificam a retirada de seus civis, enquanto autoridades afegães confirmam a fuga do presidente Ashraf Ghani do país.

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