Durante o longo período de pandemia da covid-19, o primeiro-ministro Boris Johnson e o governo britânico adoraram lançar slogans engenhosos. O mais recente é "Mãos, Rosto, Espaço". Antes disso, "Fique alerta, controle o vírus, salve vidas". Além de mais alguns antes disso. Agora, a ênfase está claramente mudando das regras estabelecidas pelo governo para a responsabilidade dos indivíduos.
Nos últimos dias, os ministros têm repetido a linha de que o público deve agora "aprender a viver com o vírus", o que levanta a questão do que as pessoas têm feito nos últimos 16 meses, em meio a três lockdowns nacionais e 128.000 mortes.
Nesta segunda-feira, 5, o premiê deve anunciar o dia 19 de julho como a data para a suspensão das últimas - ou de quase todas - as restrições de distanciamento social e uso de máscaras. Johnson tem um pronunciamento marcado para o começo da noite, e, espera-se, exortará as pessoas a "agirem com responsabilidade", "exercerem julgamento" e "gerenciarem cuidadosamente" seus riscos, mas também dirá que a decisão de se distanciar socialmente será principalmente voluntária.
O anúncio é aguardado com esperança e apreensão, por se dar em meio a um aumento do número de infecções no país. O número casos cresce, dobrando a cada oito dias, principalmente pelo avanço da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia. A nova cepa agora é dominante no Reino Unido e os cientistas estimam que pode ser 40% a 60% mais transmissível do que a variante alfa que era predominante anteriormente.
A variante já alterou a data de reabertura anteriormente. A primeira data estava prevista para o mês de junho, mas foi adiada pelo menos para o dia 19 deste mês, em razão da escalada das infecções. Ao contrário do primeiro momento, no entanto, as autoridades não parecem interessadas em uma nova revisão.
Ministros de governo admitem que as infecções provavelmente aumentarão quando as regras forem flexibilizadas, mas o governo espera que o número de hospitalizações e mortes seja limitado pela campanha de vacinação em andamento, uma das mais bem-sucedidas do mundo. Cerca de 45 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina no Reino Unido - aproximadamente 85% da população adulta - e outros 33 milhões receberam a segunda.
Novo comando na saúde
A reabertura no Reino Unido ocorre sob a gestão um novo secretário de saúde, Sajid Javid. Ele substitui Matt Hancock, que renunciou no final de junho, após um escândalo envolvendo a publicação de fotos suas com uma assessora.
Em contraste com a abordagem mais cautelosa de Hancock, Javid está entusiasmado para avançar e abrir o país totalmente. Ele reconheceu que algumas pessoas ficarão doentes e algumas morrerão, mas disse que a pandemia está sob controle e é hora de seguir em frente.
"Nenhuma data que escolhermos vem com risco zero para a covid", disse Javid à Câmara dos Comuns. "Não podemos eliminá-lo; em vez disso, temos que aprender a conviver com isso".
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