O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira, 2, que o seu país enviará outros três caminhões carregados com cilindros de oxigênio aos Estados de Roraima e do Amazonas para ajudar no enfrentamento da crise causada pela covid-19.
“Hoje chegaram três caminhões de transporte. Estão carregando e um irá para Roraima e dois para o Amazonas e, então, eles retornam”, disse o presidente, em cerimônia em que comemorou o 22º aniversário do dia em que seu antecessor, Hugo Chávez, assumiu a presidência da Venezuela.
Em 14 de janeiro, o chanceler venezuelano Jorge Arreaza informou que a Venezuela doaria ao Brasil "o oxigênio necessário para atender à contingência de saúde” causada pela covid-19. Dois dias depois, vários caminhões deixaram a Venezuela carregados de cilindros de oxigênio que chegaram a Manaus na noite do dia 19.
Desta vez, ele não confirmou quantos cilindros a Venezuela enviará nesses três caminhões, mas garantiu que eles voltarão novamente “de acordo com suas necessidades”.
“Quero informar que estamos garantindo aos Estados do Amazonas e de Roraima, através da (empresa pública) Sidor e da classe trabalhadora venezuelana suas necessidades de oxigênio", disse o líder venezuelano.
Segundo dados do próprio governo regional, como resultado do elevado número de pacientes hospitalizados com o novo coronavírus, o consumo diário de oxigênio na Amazônia saltou para 76 mil metros cúbicos por dia, quase três vezes maior do que o registrado em março de 2020, quando Manaus também passou por uma crise de saúde devido à primeira onda da pandemia.
A Venezuela ofereceu este apoio ao Brasil enquanto várias ONGs e a oposição venezuelana denunciam a escassez de suprimentos médicos e medicamentos em hospitais públicos da Venezuela, um país que há mais de cinco anos vive uma grave crise econômica e social.
Desde 2020, a diplomacia bolivariana tem tentado trégua com Brasília. Em agosto de 2019, por exemplo, a chancelaria chavista ofereceu ajuda durante as queimadas na Amazônia. No ano passado, sugeriu o arquivamento das diferenças políticas e ideológicas em prol de um esforço continental sanitário para lidar com a pandemia. O próprio Maduro chegou a dizer, em julho, que gostaria de ter uma "coordenação efetiva com autoridades governamentais e de saúde". O Itamaraty ignorou.
Brasília e Caracas começaram um processo de afastamento no fim do governo Dilma Rousseff. Hoje, os países mantêm relações mínimas. Bolsonaro determinou o fechamento das representações diplomáticas em Caracas e no restante do País. Além disso, cassou o status diplomático dos representantes de Maduro em Brasília. Eles são agora “personae non gratae”.
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