O presidente palestino Mahmoud Abbas anunciou neste sábado, 1º, o rompimento de "todas as relações", incluindo cooperação de segurança, com Israel e os Estados Unidos. O pronunciamento ocorreu dias depois da apresentação do plano de paz de Donald Trump para a região.
Durante uma reunião de emergência da Liga Árabe no Egito, Abbas disse que este plano dos EUA publicado na última terça-feira, 28, é "uma violação dos acordos de Oslo", que israelenses e palestinos assinaram em 1993. "[Israel] deve assumir suas responsabilidades como potência ocupante" dos territórios palestinos, acrescentou Abbas.
O plano dos EUA concederia aos palestinos autodomínio limitado em partes da Cisjordânia ocupada, permitindo que Israel anexasse todos os seus assentamentos lá e mantivesse quase todo o leste de Jerusalém. Em troca, os palestinos receberiam um estado em Gaza, pedaços dispersos da Cisjordânia e alguns bairros nos arredores de Jerusalém, todos interligados por uma nova rede de estradas, pontes e túneis. Israel controlaria as fronteiras e o espaço aéreo do estado e manteria a autoridade geral de segurança.
A cúpula dos ministros das Relações Exteriores árabes, no Cairo, foi solicitada pelos palestinos, que responderam com raiva à proposta americana. Não houve comentários imediatos das autoridades dos EUA ou de Israel.
O líder palestino confessou, ainda, ter recusado os telefonemas e mensagens do presidente Donald Trump, "porque eu sei que ele usaria isso para dizer que nos consultou e eu nunca aceitarei essa solução'', disse Abbas. "Não terei registrado na minha história que vendi Jerusalém", disse ele. Abbas ainda afirmou que os palestinos continuam comprometidos em acabar com a ocupação israelense e em estabelecer um estado com sua capital no leste de Jerusalém.
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