Uma multidão de pessoas inundou as ruas do Teerã nesta segunda-feira, 6, para prestar homenagem ao general Qassim Suleimani, líder militar morto em um ataque dos Estados Unidos no Iraque. A multidão se reuniu na Universidade do Teerã, onde o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, dedicou orações ao herói iraniano.
Na manhã desta segunda, uma maré humana invadiu as avenidas Enghelab ("Revolução" em persa), Azadi ("Liberdade") e seus arredores, portando bandeiras do Irã, do Líbano e do Iraque, além de outras vermelhas, que simbolizam o “sangue dos mártires”.
Visivelmente emocionado, o aiatolá Khamenei fez uma breve oração em árabe perante o caixão de Suleimane, do iraquiano Abu Mehdi Al Muhandis (o segundo no comando da coalizão paramilitar e pró-iraniana Hashd Al Shaabi), e de outros quatro cidadãos iranianos mortos no mesmo ataque dos EUA.
Tanto o líder supremo quanto outros dirigentes, como o presidente Hassan Rohani, o presidente do Parlamento Ali Larijani e o general Hosein Salami, saíram rapidamente do local, antes que a multidão tomasse as ruas do Teerã.
De acordo com a TV estatal do Irã, a multidão foi formada por milhões de iranianos, que se alternavam entre explosões de tristeza e de fúria, com gritos como “Morte à América!” e “Morte a Israel!”. Dentre a multidão, também estava presente o chefe do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh.
Ao longo da caminhada, foram queimadas bandeiras dos EUA e de Israel, enquanto homens e mulheres pediam vingança pela morte de Suleimani. Um homem foi visto carregando uma placa em que era possível ler a hashtag #SevereRevenge (“Vingança cruel”), slogan que também tem ganhado as redes sociais de iranianos.
Desde a confirmação da morte de Suleimani, os iranianos já haviam tomado as ruas do país, com registro de protestos na sexta-feira, quando dezenas de milhares ocuparam as vias públicas do Teerã com fotos do general.
Arquiteto da política expansionista do Irã no Oriente Médio como chefe da Força Al-Quds dos Guardiões da Revolução, Suleimani foi morto na última quinta, 2, em um ataque de drone liderado pelos Estados Unidos nos arredores do aeroporto de Bagdá. Seu assassinato provocou uma escalada das tensões entre Teerã e Washington.
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