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Rússia critica fala de Trump sobre possível aliança do Brasil com Otan

Vice-chanceler do país afirmou que promessa do presidente americano contribui para manter 'ambiente de confronto' na organização.

A Rússia criticou nesta quarta-feira, 27, as pretensões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de designar o Brasil como aliado estratégico fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou possivelmente como aliado da própria organização, ao afirmar que este tipo de declaração não favorece a distensão no atual ambiente de confronto.

"Este tipo de declaração não favorece a distensão do ambiente de confronto, o que repercute nos funcionamentos das organizações internacionais", disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Alexander Grushko, de acordo com a agência oficial "RIA Novosti".


  • Foto: AP Photo/Carlos OsorioPresidente dos Estados Unidos, Donald TrumpPresidente dos Estados Unidos, Donald Trump

De acordo com Moscou, a sugestão de Trump evidencia que segue viva a política encaminhada à formação de uma ordem mundial similar à existente no século passado.

Grushko disse que, segundo o Tratado do Atlântico Norte, a carta de fundação da Aliança, os países latino-americanos não podem ser admitidos na Otan.

"Não está muito claro, se (o presidente americano) leu o Tratado de Washington, concretamente o artigo 10 sobre quais Estados podem fazer parte do bloco", especificou.

Tal artigo estabelece que "as partes podem, por acordo unânime, convidar a ingressar" na aliança "qualquer Estado europeu que esteja em condições de favorecer o desenvolvimento dos princípios do presente Tratado e de contribuir para a segurança da região do Atlântico Norte".

Neste mês, Trump disse durante uma entrevista coletiva com seu colega brasileiro Jair Bolsonaro na Casa Branca que designaria "o Brasil como um aliado estratégico fora da Otan, ou talvez inclusive possivelmente um aliado na Otan". "Teria que falar com muita gente, mas talvez será um aliado na Otan", afirmou o presidente americano.

Reunião na Casa Branca

Trump, receberá o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na Casa Branca, no dia 2 de abril, segundo a presidência americana. A visita coincide com o 70º aniversário da Aliança Atlântica, que nasceu em 4 de abril de 1949 em Washington.

Trump e Stoltenberg falarão sobre "os sucessos sem precedentes da Otan, incluindo o recente aumento nos compromissos com a distribuição da carga (econômica) entre os aliados europeus", disse a Casa Branca.

Os dois líderes também discutirão "as formas de enfrentar os atuais e crescentes desafios enfrentados pela Aliança" e ressaltarão sua importância "como um baluarte da paz e segurança internacionais".

O presidente americano e o secretário-geral da Otan farão inicialmente uma reunião particular e depois participarão de um encontro bilateral ampliado.

Trump criticou a Otan e, desde que chegou ao poder, reclamou que os EUA gastam demais na Aliança Atlântica, uma ideia que ele transferiu repetidamente para seus parceiros em telefonemas e reuniões bilaterais.

Este será o primeiro encontro entre Stoltenberg e Trump desde que o presidente americano disse que pressionará para incluir o Brasil como aliado da organização.

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