Pelo menos 15 pessoas morreram desde que um apagão atingiu a Venezuela na última quinta, 7. As vítimas eram pacientes com problemas renais que não puderam realizar hemodiálise, segundo a ONG Codevida. Os hospitais que possuem geradores de energiaos usam apenas em casos de emergência.
A Venezuela está praticamente paralisada desde quinta. Dos 23 Estados do país, 22 foram afetados. O comércio está fechado e, entre a população, a preocupação aumenta porque o nível de água está diminuindo e alimentos estão estragando.
A comunicação via celular também está comprometida. Com o objetivo de captar algum sinal em seus aparelhos, muitos venezuelanos vão até a autopista Francisco Fajardo, a principal da capital Caracas, onde há retransmissores. “Tenho um filho e um irmão fora da Venezuela. Eles querem saber sobre nós. Além disso, quero ter alguma notícia”, declarou a jovem Bernadette Ramírez.
O metrô de Caracas segue suspenso, o que obriga muitos a percorrer longos caminhos. E aqueles que têm carro formam longas filas nos poucos postos que estão abertos.
Não é possível sacar dinheiro dos caixas eletrônicos ou usar cartão, por mais que as transações eletrônicas sejam fundamentais, já que não há dinheiro.
Guaidó x Maduro
Com mais essa crise no país, o líder da oposição, Juan Guaidó, intensificou a pressão contra o presidente Nicolás Maduro. Este, por sua vez, atribuiu o apagão a um ataque cibernético dos Estados Unidos na hidrelétrica de Guri, a maior da Venezuela. Segundo Maduro, a hidrelétrica tinha sido reconectada em 70%, mas um novo ataque cibernético teria desfeito todo o trabalho.
Diante da prolongação da crise energética, Maduro anunciou a distribuição de alimentos, água e assistência a hospitais em bairros populares.
Guaidó e especialistas responsabilizam o governo pelo apagão, pois, segundo eles, não havia investimento em manutenção na hidrelétrica, além da corrupção dentro da empresa de serviço elétrico. O líder da oposição reforçou que está disposto a autorizar a ação de forças militares estrangeiras, para assegurar que “todas as opções estivessem sobre a mesa”.
Maduro mantém um forte enfrentamento ao governo do americano Donald Trump, que adverte que uma agressão contra Guaidó terá sérias consequências.
O ministro da Comunicação venezuelano, Jorge Rodríguez, anunciou que o país vai denunciar os Estados Unidos pelo apagão e apresentará provas de sabotagem à uma comissão de Direitos Humanos da ONU que chegará neste domingo ao país.
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