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Bispos chilenos renunciam à cargos após escândalo de abuso sexual

Os religiosos colocaram seus postos 'nas mãos do Santo Padre' em meio à acusações de acobertamento de abuso sexual de menores.

Após escândalos de abusos sexuais no Chile envolvendo religiosos, 34 bispos chilenos renunciaram e colocaram seus cargos à disposição do Papa Francisco. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (18) pelo porta-voz da Conferência Episcopal do Chile durante coletiva de imprensa no Vaticano.

  • Foto: Maurizio Brambati/France PressePapa Francisco Papa Francisco

O anúncio acontece três dias após encontros com o Papa, no Vaticano, para esclarecimentos sobre o encobrimento de abusos sexuais contra menores no país. "Nós, todos os bispos presentes em Roma, ofertamos nossa renúncia ao Santo Padre para que ele possa decidir livremente por cada um de nós," afirmou o porta-voz do grupo à imprensa.


Segundo o Globo, a reunião desta semana ocorreu após uma investigação do Vaticano contra o bispo Juan Barros, que foi nomeado pelo papa em 2015 apesar de alegações de que havia encoberto o abuso sexual de menores por seu mentor, padre Fernando Karadima. Durante o pronunciamento desta sexta, Fernando Ramos e Ignacio González também pediram perdão ao Chile, às vítimas dos abusos e ao Papa.

No último mês, Francisco reconheceu "erros de percepção" às denúncias contra o bispo chileno Juan Barros, acusado de encobrir os casos de abusos sexuais de menores envolvendo Karadima, seu mentor. O Pontífice afirmou que teria sido “mal informado" e, em uma carta, convocou bispos do país para uma reunião em Roma. "Eu cometi sérios erros de avaliação da situação, especialmente por falta de informações precisas e equilibradas", admitiu o Papa.

Após os escândalos no Chile, a credibilidade da Igreja sofreu forte baque no país. O assédio sexual a menores por membros do clero foi tema de protestos durante a visita do Pontífice ao Chile, em janeiro deste ano.

Acusado

Vítimas do padre Fernando Karadima, de 87 anos, acusaram o bispo Juan Barros, de 61 anos, de acobertar casos de abuso sexual contra menores de idade. Durante a visita do papa Francisco ao Chile, várias pessoas protestaram contra os religiosos.

Em 2011, Karadima foi condenado pelo Vaticano. Além de acusar de encobertar os casos, vítimas chegaram a dizer que o bispo Juan Barros presenciou alguns abusos pessoalmente. Os casos iniciaram em 1980, quando Barros era seminarista.

Aos 87 anos e vivendo em uma casa de repouso no Chile, Karadima nega as alegações. Barros disse que não sabia de qualquer irregularidade.

No entanto, o Vaticano confirmou nesta sexta-feira (18) relatos da mídia chilena de que o papa entregou aos bispos nesta semana um documento acusando-os de destruir provas de crimes sexuais e de não protegerem crianças de padres abusadores.

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