As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciaram, nesta quarta-feira (01), o processo de entrega de armas, ponto essencial do acordo de paz assinado com o governo para acabar com meio século de confrontos.
Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, usou o twitter para dizer que “este é um dia histórico para o país”. Rodrigo "Timochenko" Londoño, chefe das Farc, também comemorou na rede social o que, segundo ele, é "um passo a mais para a paz” com o início do desarmamento da guerrilha nas zonas onde se preparam para voltar à vida civil.
Depois de quatro anos de negociações, as Farc selaram um acordo de paz com o governo de Bogotá que estabelece que os rebeldes deveriam depor as armas em um período de 180 dias a partir de 1º de dezembro, o chamado “dia D”, em um processo supervisionado pelas Nações Unidas.
A entrega das armas será feita em três fases: em D+90 são entregues 30% das armas? em D+120, outros 30%? e em D+150, os demais 40% restantes, para terminar no mais tardar no dia D+180.
- Foto: Luisa González 01.fev.2017/Colprensa/XinhuaGuerrilheiras das Farc em La Guarija
Registro das armas, destruição do armamento instável (explosivos, minas) e armazenamento das armas pesadas deveriam ter ser realizados antes da primeira etapa. Mas, houve um atraso devido a problemas logísticos da guerrilha e deveria ter terminado em 31 de dezembro, mas foi completado em 18 de fevereiro. Dessa forma, as partes concordaram em iniciar o processo nesta quarta, sem modificar o limite dos 180 dias.
Em um comunicado, a ONU (Organização das Nações Unidas) elogiou "o consenso das partes de iniciar sem mais demora".
O "armazenamento gradual" em contêineres começará com a recepção das armas dos 322 membros das Farc que integram o Mecanismo de Monitoramento e Verificação, uma entidade tripartite (guerrilha, governo e ONU) que deve controlar o cessar-fogo.
Sergio Jaramillo, Alto Comissário para a Paz, explicou que o registro e a entrega de armas serão coordenados nesta fase apenas entre a ONU e as Farc, com o organismo multilateral atuando como avalista do processo.
O presidente Santos anunciou o lançamento de programas para o pós-conflito, como planos especiais de desenvolvimento de municípios atingidos pela violência.
O governo também informou que haverá outros avanços na aplicação da paz: 1.200 guerrilheiros poderão receber anistia ainda esta semana e a possível discussão final no Congresso na próxima semana sobre a Jurisdição Especial para a Paz (JEP), que, segundo o acordo, julgará os delitos cometidos nos 50 anos de confronto.
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