O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa , dissolveu o Parlamento e convocou eleições legislativas antecipadas para 10 de março, após a renúncia do primeiro-ministro António Costa. A decisão, anunciada em 7 de novembro e oficializada em 15 de janeiro, ocorreu em meio a acusações de tráfico de influência contra Costa, marcando a nona dissolução do Parlamento português desde a redemocratização do país em 1974.

Costa foi acusado de tráfico de influência em concessões de exploração de lítio no norte de Portugal, um projeto para a criação de uma central de hidrogênio no porto de Sines e o investimento em um data center na região. Após uma série de prisões e buscas que resultaram no indiciamento do chefe de gabinete de Costa e do ministro de Infraestruturas, o primeiro-ministro anunciou sua renúncia e afirmou que não se candidataria a um novo mandato.

De acordo com a Constituição portuguesa, cabe ao presidente da República dissolver a Assembleia da República após ouvir todos os partidos representados. Com as eleições marcadas para daqui a oito semanas, os principais partidos já estão se preparando para o pleito.

O Partido Socialista português nomeou Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral em dezembro. A sigla lidera as intenções de voto, segundo as últimas pesquisas de opinião, mas não alcança a maioria absoluta. O Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, liderado por Luís Montenegro, formou uma coligação com duas pequenas formações de direita, incluindo o CDS – Partido Popular, partido político português conservador inspirado pela democracia cristã.

O partido de extrema-direita “Chega” iniciou a campanha eleitoral após realizar um congresso no último fim de semana, no norte do país. A sigla ocupa a posição de terceira força política, com 12 deputados eleitos nas eleições legislativas de janeiro de 2022.