Um surto de pneumonia causado pela bactéria Mycoplasma pneumoniae , que atingiu milhares de crianças na China e na Europa, agora afeta os Estados Unidos. William McCarren, um adolescente de 14 anos de Ohio, foi hospitalizado após contrair a doença. Seu nível de oxigênio no sangue caiu para cerca de 75%, apenas 5 pontos percentuais acima do que é considerado ameaçador para a vida.
A mãe de William, Mollee Kristine Campbell, relatou que o filho chegou da escola chorando e segurando o peito, alegando que não conseguia respirar. No hospital, os médicos descobriram que os pulmões de William estavam cheios de fluido, impedindo que o oxigênio chegasse aos seus órgãos. Apesar da gravidade da situação, William foi liberado do hospital na sexta-feira, com a orientação de que deveria retornar se voltasse a ter dificuldades para respirar.
O surto de Mycoplasma pneumoniae começou na China, principalmente em Pequim e em cidades como Liaoning, no nordeste do país. As autoridades atribuíram o aumento de doenças respiratórias ao abandono das restrições anticovid, à chegada do frio e à circulação de patógenos conhecidos. Os casos foram maiores entre crianças, mas também atingiram adultos, especialmente professores.
Na Dinamarca, os casos de infecções pela bactéria atingiram níveis “epidêmicos”. Apenas na semana passada, foram notificados 541 casos de pneumonia por Mycoplasma, o triplo de meados de outubro. A notificação da autoridade de saúde dinamarquesa ocorre poucos dias depois de a Holanda também ter relatado um aumento alarmante no número de crianças com pneumonia.
Nos Estados Unidos, William McCarren não é o único que teve doenças respiratórias recentemente. Na quinta-feira, o Distrito de Saúde do Condado de Warren informou que 145 casos de pneumonia em crianças com idades entre 3 e 14 anos foram relatados. Os médicos enfatizaram que os surtos não são resultado da transferência de infecções de país para país, mas sim de um ciclo de micoplasma que ocorre quando a imunidade das crianças está fraca, já que foram privadas de se imunizarem durante as restrições da Covid.