Francielle Barroso
Donald Trump assinou nesta terça-feira (04) decreto que retira os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDHNU). O colegiado é composto 47 membros.
O presidente dos EUA repete uma ação de seu primeiro mandato, quando interrompeu o financiamento ao CDHNU por “preconceito crônico contra Israel” e necessidade de reformas.
Contudo, a medida do Executivo neste segundo mandato coincide com a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conhecido por suas críticas ao CDHNU, a Washington. Ele é o primeiro líder estrangeiro a se reunir com Trump na sede do Poder Executivo dos Estados Unidos neste novo mandato.
Netanyahu já havia sugerido que o CDHNU é anti-Israel e alegou seu envolvimento em atividades terroristas contra o país. A decisão de Trump também incluirá a futura suspensão do apoio financeiro à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), criada para oferecer ajuda aos palestinos em Gaza, mas alvo de críticas internacionais por sua suposta aproximação com grupos terroristas.
Durante sua gestão, Joe Biden já havia cortado o financiamento dos Estados Unidos ao CDHNU, em meio ao conflito entre Israel e o Hamas, devido a alegações de que alguns funcionários da organização mantinham laços com o grupo.
Trump manifestou diversas vezes o desejo de encerrar a guerra na Faixa de Gaza e garantiu um acordo de cessar-fogo antes do início de sua administração. Ontem, no entanto, afirmou não ter garantia de que a trégua será mantida, pois a segunda fase do cessar-fogo promete ser mais complexa. Para isso, será necessário que os israelenses deixem Gaza e que se estabeleça um plano para a reconstrução e governabilidade do território.
Para Netanyahu, um acordo para o fim da guerra pode significar a queda de seu governo, sustentado pelo apoio de partidos de direita.
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