Durante o seu pronunciamento, nessa terça-feira (07), sobre o fim do sistema de checagem CEO da Meta, Mark Zuckerberg afirmou que países da América Latina mantêm “tribunais secretos” que ordenam a remoção de conteúdo nas redes sociais de maneira discreta. Mesmo não mencionando o Brasil, a declaração se refere a recentes casos envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e suas decisões sobre plataformas digitais.
Segundo o CEO, a Meta substituirá os verificadores de fatos por um sistema de notas da comunidade, similar ao modelo utilizado no X, de Elon Musk.
“Os verificadores de fatos têm sido politicamente tendenciosos demais e destruíram mais confiança do que criaram, especialmente nos EUA. Então, nos próximos meses, vamos implementar gradualmente um sistema mais abrangente de notas da comunidade”, disse o executivo.
Quando afirmou que “países da América Latina têm tribunais secretos” que podem ordenar a remoção de conteúdo de forma silenciosa, aparentemente Zuckerberg pode ter feito uma referência indireta ao STF, já que o supremo vem determinando o bloqueio de perfis e conteúdos considerados “ofensivos à democracia”. A maioria desses bloqueios afetam pessoas ligadas à direita no Brasil.
Foi em junho de 2024 que a Meta iniciou a utilização do programa do STF para “combater a desinformação”. Na época o acordo foi feito pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, com a empresa de Zuckerberg e também com outras cinco plataformas, entre elas, o YouTube, Google e TikTok. O ministro destacou a necessidade de “combater as fakes news”.
“Nós não podemos permitir que, por trás do biombo da liberdade de expressão, se desenvolva uma sociedade em que ninguém possa mais acreditar naquilo que vê”, declarou Barroso durante ao assinar o acordo em 2024.
Agora Zuckerberg afirmou que a empresa se concentrará em “reduzir erros e censura desnecessária”. “Chegamos a um ponto em que são apenas muitos erros e muita censura”, disse ele em pronunciamento.
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