Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos informou nessa segunda-feira (03) que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele , fez uma oferta para receber os criminosos deportados pelos EUA. O fato aconteceu após uma reunião com Bukele, quando Rubio declarou que o presidente salvadorenho propôs alojar os bandidos perigosos em suas prisões, inclusive aqueles com cidadania norte-americana.
O secretário destacou que a transferência dos presos se concentraria em integrantes de gangues, como a MS-13, originária de El Salvador, Honduras e Guatemala, e o Trem de Aragua, da Venezuela , que conseguiram a cidadania norte-americana. Até o momento não há registros de países democráticos que enviem os próprios cidadãos para prisões estrangeiras, fazendo da ação algo inédito. O presidente Donald Trump avalia se vai aceitar a proposta.
Maior prisão da América Latina
Bukele começou uma nova política de segurança pública em 2022, sob um regime de exceção, onde o governo deteve mais de 80 mil bandidos sem mandado judicial, rendendo assim apoio da população salvadorenha, bem como críticas de instituições ligadas aos direitos humanos. O Centro de Confinamento do Terrorismo, considerada a maior prisão da América Latina, projetada para abrigar 40 mil detentos, é um dos símbolos dessa política. Atualmente, cerca de 15 mil membros das gangues MS-13 e Barrio 18 estão encarcerados lá. Contudo, enquanto a política de Bukele reduziu os homicídios a níveis historicamente baixos, críticos afirmam tal conquista ocorreu à custa de direitos humanos fundamentais.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, deu início a mais uma de suas empreitadas políticas, abrindo as portas de uma megaprisão, com capacidade para 40 mil detentos. Na semana de estreia, 2 mil criminosos ligados a gangues chegaram à cadeia e descobriram que não havia camas suficientes nem colchões para todos os enjaulados. “Essa será a nova casa deles, onde viverão por décadas, todos misturados, incapazes de causar mais danos à população”, escreveu Bukele na rede social X.
Os presos foram levados de ônibus para a megaprisão, com os pés e as mãos algemados e com a supervisão de helicópteros armados durante o trajeto. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram quando homens descalços correm, vestidos apenas de cuecas brancas, curvados e com as mãos atrás da cabeça. Todos de cabeça raspada e com o corpo coberto por tatuagens. “Estamos eliminando esse câncer da sociedade”, disse Villatoro.
Como funciona a Megaprisão
A megaprisão localizada em Tecoluca, possui oito prédios de concreto armado no local, onde existem 32 celas de aproximadamente 100 metros quadrados. Cada uma das jaulas tem capacidade de acomodar mais de cem detentos, têm dois banheiros e duas pias à disposição e 80 beliches de metal. Há refeitórios, salas de ginástica e mesas de pingue-pongue no local, mas apenas os guardas podem utilizá-los.
Conforme as autoridades salvadorenhas, os detentos podem sair das celas apenas para audiências on-line, ou para serem punidos em uma cela de isolamento, sem janelas nem iluminação. Grupos de direitos humanos e observadores internacionais apontam que essas práticas violam os padrões de encarceramento.