O Governo da Argentina anunciou, na quarta-feira (8), a venda de sua participação nas Indústrias Metalúrgicas Pescarmona (Impsa), marcando a primeira privatização desde que o presidente Javier Milei assumiu o poder. As ações pertencentes ao Estado foram adquiridas pelo consórcio norte-americano Industrial Acquisition Fund (IAF), liderado pela Arc Energy, que atua no setor de petróleo e gás. O ministro da Economia, Luis Caputo, comunicou a privatização por meio da plataforma Twitter/X, detalhando os termos do acordo.

Fundada em 1907, a Impsa é renomada pela fabricação de turbinas, guindastes e reatores voltados aos setores de metalurgia, geração de energia e tecnologia, com operações em grande parte dos países da América do Sul, nos Estados Unidos e também no Sudeste Asiático. No Brasil, a empresa está presente em projetos no Porto de Santos, em usinas eólicas no Sul e Nordeste, além de hidrelétricas. A única proposta de compra foi avaliada por uma comissão do governo, que recomendou a concessão das ações após o grupo IAF melhorar sua oferta inicial.

Com o objetivo de revitalizar a Impsa, o consórcio norte-americano apresentou um plano de investimento de US$ 27 milhões em capital e solicitou prazo até 31 de janeiro para reestruturar a dívida de US$ 576 milhões da empresa com credores. Segundo o site Infobae, a Impsa acumulou um prejuízo de cerca de 56 bilhões de pesos argentinos (aproximadamente US$ 54 milhões) até setembro de 2024. As ações do governo argentino, que representavam 84,9% do capital da companhia, estavam distribuídas entre o Fondep (63,7%) e a Província de Mendoza (21,2%), ambas favoráveis à venda.

O restante das ações está nas mãos da família Pescarmona, com 5,3% de ações de classe A, e de credores, com 9,8% de ações de classe B. A venda segue as promessas de campanha de Milei, que incluem a redução de gastos públicos e a privatização de empresas estatais, com o objetivo de alcançar o déficit zero e controlar a inflação.

O comunicado oficial do governo argentino ressaltou que a decisão de vender as ações do setor público está alinhada com a meta de déficit zero e com a política de não alocar recursos federais a empresas privadas, permitindo que a companhia continue a operar de forma sustentável em um ambiente de economia de mercado.