Se Neymar desejava deixar o Paris Saint-Germain em 2019 e o clube impediu sua saída, o cenário se inverteu três anos depois. Hoje, a agremiação francesa quer se livrar do craque brasileiro em mais uma renovação de elenco, mesmo que ele tenha contrato até a metade de 2025. O jogador, porém, faz jogo duro e não tem a intenção de se mudar de Paris.
Segundo o jornal espanhol El País, o PSG já teria avisado ao estafe de Neymar de que ele não faz mais parte dos planos do clube para a próxima temporada. A decisão teria sido informada ao pai do camisa 10, Neymar da Silva Santos, responsável pela carreira do atleta, e teria também a concordância do atacante Kylian Mbappé, principal nome do time nos últimos anos.
De acordo com a publicação da Espanha, a diretoria passou a olhar com outros olhos em relação a Neymar após renovar o contrato com Mbappé, principal referência do projeto esportivo do PSG atualmente. A estrela francesa de 23 anos teria exigido mudanças para estender o seu vínculo. Uma delas seria a saída de Neymar, criticado na França por episódios de "sistemática indisciplina". Nenhuma das partes envolvidas se manifestou.
O periódico espanhol afirma que o PSG busca uma solução amigável para o caso. O pai de Neymar teria exigido o pagamento do que está estipulado no contrato, algo em torno de 200 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão).
O Estadão apurou que está nos planos de Neymar se reapresentar após as férias no PSG. O clube fará pré-temporada no Japão. Não passa em sua cabeça, no momento, sair de Paris, como desejava em 2019, ocasião em que tentou o regresso ao Barcelona, mas teve seu desejo frustrado pelo clube francês. A ideia é cumprir o contrato vigente até 2025, com opção de ser estendido por mais dois anos.
Pessoas ligadas ao atleta ouvidas pela reportagem disseram se tratar de apenas "mais um episódio de especulação" noticiado pela imprensa estrangeira, algo normal neste período em que a janela para contratar novos jogadores está aberta e a nova temporada do futebol europeu ainda não começou. Cabe lembrar que a mídia espanhola passou a tratar Neymar com um tom mais crítico desde que ele trocou o Barcelona pelo PSG em 2017, quando foi comprado por 222 milhões de euros (R$ 812 milhões na cotação da época), tornando-se o jogador mais caro da história do futebol.
No fim de maio, Neymar reafirmou que continuaria no PSG. "Ainda não me chegou nada, mas da minha parte a verdade é que fico", dissera em entrevista no Catar, onde participou de ação com patrocinadores. Ele teve a sua temporada menos impactante no time parisiense, com 13 gols em 28 partidas. Ao lado de Lionel Messi e Kylian Mbappé, a equipe da capital conquistou o Campeonato Francês, mas foi eliminada pelo Real Madrid nas oitavas de final da Liga dos Campeões, frustrando mais uma vez seus torcedores, ávidos pelo título europeu inédito.
Na França, não se especula um novo destino para o camisa 10. Admite-se, porém, a disposição do clube francês de arrumar uma nova casa para o atacante. A diretoria passou por mudanças ao fim da temporada passada. O brasileiro Leonardo foi demitido. Seu posto foi ocupado pelo português Luís Campos. Foi dada ao novo executivo de futebol a tarefa de buscar atletas com um perfil diferente.
Mais do que nomes, Nasser Al-Khelaifi, magnata presidente do PSG, quer mudar conceitos no clube. Seu propósito, depois de bilhões de dólares investidos em contratações - parte delas malsucedidas - é de que agremiação mude a sua mentalidade e, enfim, tenha sucesso em seu ambicioso projeto esportivo cujo objetivo principal é vencer a Liga dos Campeões.
Na última semana, Khelaifi despistou sobre uma possível saída do craque brasileiro. Ao diário esportivo Marca, da Espanha, ele se limitou a dizer que "jogadores sairão" e "outros virão".
Ainda que o PSG queira se livrar de Neymar, isso não é fácil. É uma operação complicada, sobretudo em virtude das altas cifras relacionadas à negociação. São poucos os clubes no mundo capazes de bancar os valores da transferência e do contrato. Diante desse cenário, até um empréstimo é considerado. Fato é que o clube francês não admite que planeja negociar Neymar, mas não o considera mais instransferível, como admitia em 2019.
O Newcastle, da Inglaterra, poderia ser um destino por causa do dinheiro da família real da Arábia Saudita, que assumiu o time inglês recentemente. O Chelsea também aparece como possível opção do craque brasileiro pela relação com Thomas Tuchel, técnico alemão que trabalhou com Neymar no PSG. Thiago Silva, inclusive, deixou abertas as portas para o amigo.
"Ele tem de ir para o Chelsea. Se tiver de sair do PSG, tem de ir para lá. A expectativa, se vier a acontecer, é a melhor possível. Ele dispensa comentários. Até o momento, não sei de nada, mas espero que se concretize", disse o zagueiro, companheiro do atacante na seleção e no time francês por três temporadas. Os torcedores do Barcelona certamente gostariam de ter o atacante de volta. Foi na equipe catalã que ele viveu a melhor fase de sua carreira. Mas não há dinheiro para contratá-lo.
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