Dados do Censo Demográfico de 2010 apontam que o nome Pedro é o sétimo mais frequente no Brasil. São mais de 1,2 milhão de brasileiros batizados com esse nome. E nenhum, neste momento, é mais famoso do que Pedro Guilherme Abreu dos Santos, o atacante do Flamengo que tem grandes chances de ir à Copa do Mundo do Catar e que foi decisivo para a conquista da Copa do Brasil.
O jogador fez diante do Corinthians no Maracanã sua 57ª partida pelo clube na temporada. Marcou no período 28 gols, três deles na Copa do Brasil. O mais importante marcado na final. Na competição, também foi responsável por duas assistências. Mesmo que os números do torneio vencido nessa quarta-feira (19) não sejam espetaculares, eles ajudam a tornar a temporada de Pedro na mais artilheira de sua carreira.
Diante do Corinthians, apesar do gol, Pedro sofreu. Após a conquista da taça, o centroavante relatou problemas estomacais que prejudicaram seu desempenho na final. Ele também avaliou o jogo do Flamengo e a jogada que culminou em seu tento logo nos primeiros minutos da final.
“Realmente, primeiro tempo bem melhor que o segundo. A gente sofreu um pouquinho ali, mas estava preparado para isso. Queria roubar a bola, mas eles têm qualidade. A gente soube sofrer, sofrimento muito grande, mas o mais importante foi sair com o título. Comi algo que não foi legal, acabei sofrendo. Mas o grupo é muito bom e quem entrou deu conta do recado. Estou muito feliz pelo gol, uma jogada trabalhada pelo Dorival a semana inteira”, contou o centroavante.
O desempenho que empolgou o torcedor rubro-negro - e que, admita-se, fez torcedores do País todo darem o braço a torcer - veio mesmo que Pedro tenha passado boa parte do ano na reserva. No primeiro semestre, o camisa 21 do Flamengo era apenas uma opção no banco para o técnico português Paulo Sousa. O treinador considerava que era contraproducente o atacante jogar ao lado de Gabriel Barbosa. Sua frequência em campo era tão baixa que Pedro chegou até mesmo a cogitar deixar o clube da Gávea.
Foi com a chegada de Dorival Junior, em junho, que Pedro ganhou a condição de titular. Sorte do Flamengo e um deus-nos-acuda para os rivais. Em agosto, ele marcou seu segundo gol na Copa do Brasil com uma bicicleta espetacular diante do Athletico na Arena da Baixada, o que garantiu a classificação do clube carioca às semifinais da competição.
O atacante passou em branco nas semifinais diante do São Paulo, e também não conseguiu balançar as redes na Neo Química Arena. Se não conseguiu marcar ele próprio seus gols, nos confrontos contra os dois paulistas ele conseguiu ao menos fazer o que os técnicos sempre esperam de seus jogadores de frente: causar preocupação nos zagueiros adversários do início ao fim, restringindo a atuação de pelo menos um defensor e abrindo espaço para os companheiros.
Campeão da Copa do Brasil, Pedro agora começa uma contagem regressiva de 18 dias em que terá de conviver com o frio na barriga - aquele que ele parece não ter diante dos goleiros adversários. Isso porque, no próximo dia 29, ele será mais uma vez a esperança de gols de milhões de torcedores na final da Libertadores, diante do mesmo Athletico em que ele marcou de bicicleta. Depois, em 7 de novembro, ele espera ver seu nome anunciado por Tite entre os 26 que irão a Copa do Mundo do Catar. E os números estão a seu favor.
Ver todos os comentários | 0 |