Aos 68 anos, Luiz Felipe Scolari ainda tem muitos planos nos futebol. De acordo com o GE, a Seleção e o futebol brasileiro estão fora deles, mas o treinador do Guangzhou Evergrande ainda quer ficar mais dois anos na China e cogita depois voltar a disputar uma Copa do Mundo, só que por outro país. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o técnico, que esteve nos Mundiais de 2002 e 2014 com o Brasil e 2006 com Portugal, mostrou que ainda tem motivação no futebol.
“Quem sabe eu ainda vá para outra Copa. Escreve o que estou te dizendo hoje” disse Felipão, de folga no Brasil durante a paralisação do Campeonato Chinês para a rodada das eliminatórias.
Questionado sobre a possibilidade de comandar a seleção chinesa, comandada atualmente pelo campeão mundial com a Itália Marcelo Lippi, Felipão disse que seu plano é assumir uma equipe da Ásia, mas não a China.
“Não, não é a China. A China está com o Marcelo Lippi e tem dificuldades enormes para classificar para 2018. Se ele conseguir ajeitar o time, ainda vai brigar por um terceiro lugar para tentar passar, e tomara que aconteça, porque seria um grande passo para o futebol chinês. Eu ainda tenho uma possibilidade, sim, de voltar a uma Copa. Não por uma seleção da América do Sul, mas da Ásia. Pode ser na Rússia, mas também para 2022”, revelou.
Volta ao Brasil
A China de Lippi tem apenas cinco pontos conquistados em seis rodadas na fase final e tem cinco a menos que a Coreia do Sul, que ocupa a segunda colocação do Grupo 1. E, perguntado sobre a possibilidade de uma volta ao futebol brasileiro, descartou essa hipótese e revelou que teve propostas da Europa.
“Tenho até outro tipo de proposta, de um clube grande da Europa para a próxima temporada. Tenho também proposta para dirigir equipe como manager na Europa. Voltar para ser técnico no Brasil eu não quero. Vou ficar mais meio ano na China, e depois provavelmente vou ficar mais um ano, renovando o contrato. Quero ficar no mínimo mais dois anos na China, e depois vou pensar no que fazer”.
“Agora que eu estou no Brasil, escreveram que eu vim porque estou saindo de lá, que estou me aposentando, que estou doente. O presidente do clube me mandou mensagens, ficou preocupado. Não tem nada disso. Tenho família, filhos, por isso viajei para cá. Agora, pelo que eu iria brigar aqui no Brasil como treinador? O que acrescentaria ao meu currículo? Confusão na minha vida. As pessoas aqui confundem situações de campeonatos, de jogos e acontecimentos. Mesmo que fôssemos campeões, apagaria o que aconteceu na Copa de 2014? Não. As pessoas se lembrariam da Copa de 2002? Não. Tem canal de televisão que diz que os grandes campeões foram 1970 e 1994. Para eles, 2002 não existe. Fica uma situação que não quero mais viver. Há meio ano atrás, recebi o convite de uma das maiores equipes de futebol do Brasil para ser manager. Mas disse que não”.
Por fim, disse que não teria feito nada diferente antes daquele fatídico jogo no Mineirão que tirou a Seleção da briga pelo hexa no Brasil.
“Não tenho muito o que justificar. Perdemos algumas bolas ali que, hoje você olha o contexto do futebol mundial e o jogador tal que fez um gol de fora da área com o pé esquerdo nem chuta com o pé esquerdo. Aquele dia ele acertou. Além do mais, se tirarmos o Neymar e o Thiago (Silva) da equipe do Brasil, vão fazer falta. Podem querer crucificar o Thiago pela derrota para o Barcelona, mas não tem zagueiro melhor. Naquele dia, fizeram falta. E deu tudo errado. Não faria nada diferente. Quando eu me comunicava com meus auxiliares, Murtosa, Parreira, e quando tínhamos a oportunidade de falar com pessoas que já jogaram futebol e que hoje são comentaristas, nós tivemos completo apoio de um, dois, três, sobre a forma de jogar. Depois, nenhum (comentarista) se manifestou”, finalizou.
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