O Palmeiras emitiu uma nota nessa segunda-feira (04) acusando o diretor de futebol do São Paulo , Carlos Belmonte, de xenofobia contra o técnico Abel Ferreira. Em vídeo vazado durante o protesto dos atletas e da diretoria do Tricolor Paulista contra o árbitro do clássico entre os dois times, o dirigente chamou o treinador de “português de m****”.
O fato ocorreu após o empate por 1 a 1 entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbis, na noite desse domingo (03). O jogo foi marcado por reclamações de arbitragem por parte do Tricolor Paulista.
Na nota, o Palmeiras declarou que está “analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger” Abel Ferreira e o clube. Durante a confusão, o treinador também foi alvo de críticas pelo presidente do São Paulo, Julio Casares.
Na ocasião, ele disse que é necessário que o técnico “pare de apitar partidas” e pediu uma atitude da Federação Paulista de Futebol. Em seu comunicado, o Palmeiras também citou o atentado contra o ônibus do Fortaleza para pedir responsabilidade dos dirigentes de futebol.
Confira a nota do Palmeiras na íntegra
A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.
O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.
Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio.
Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater.
Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras.