O mês de junho é muito popular na região Nordeste devido às festas juninas, caracterizadas por muita dança, decoração e comidas típicas. A culinária é repleta de iguarias doces e salgadas, que contam sobre aspectos históricos e culturais do Brasil.
Confira a história por trás de cinco comidas típicas da festa junina, principalmente no Piauí.
1 – Maria isabel
O prato é tradicional no estado do Piauí e consiste em arroz preparado com pedaços de carne de sol ou charque, geralmente acompanhado de vinagrete, paçoca e creme de galinha. Uma das principais teorias da origem da Maria Isabel está presente no livro “O Escravo e o Senhor da Parnahiba”, do escritor piauiense Enéas Barros. No livro, o fazendeiro e comerciante Simplício Dias da Silva, dono de uma fazenda de charque, nomeou o prato, desenvolvido acidentalmente, em homenagem a sua esposa, que teria gostado da refeição.
Outra hipótese é que a cozinheira anônima que criou o prato pela primeira vez colocou o nome por conta de suas duas filhas, uma chamada Maria e a outra Isabel. A comida teria surgido para que as mulheres de famílias pobres se alimentassem com carne seca, alimento até então exclusivo dos tropeiros, pessoas que conduziam gado.
2 – Feijão tropeiro
O prato é feito com feijão, geralmente roxo, misturado com ingredientes como farinha, carne suína e toucinho e é muito popular também na região Sudeste e no Goiás. A refeição nasceu devido a um movimento chamado “Tropeirismo”, que continha carregadores de mulas ou bois que percorriam o país na época da mineração, no século XVII.
A comida era preparada misturando vários ingredientes, principalmente secos, que eles carregavam durante as viagens. O prato agrega elementos da culinária portuguesa, da indígena e da africana.
3 – Paçoca
Outro prato que costuma combinar com maria isabel e feijão tropeiro, a paçoca tem origem indígena e é feita a base de farinha de mandioca e carne de sol. O nome vem de “pa-soka”, do tupi, e significa amassar com as mãos. O alimento era muito consumido por bandeirantes no Brasil Colônia, devido a seu fácil transporte e alta durabilidade.
A paçoca costuma ter diferentes versões ao longo do país. Enquanto no Nordeste ela utiliza farinha e carne seca, no Sudeste é feito com amendoim e açúcar e não é tradicional do mês junino.
4 – Pé de moleque
Já um alimento feito de amendoim e doce consumido na festa junina é o pé de moleque. A iguaria também contém rapadura e surgiu no século XVI, durante a produção de cana de açúcar na Capitania de São Vicente. Uma das teorias do nome da comida é devido à semelhança do doce com os pés das crianças que viviam na região. Outra hipótese é por conta de o visual da guloseima ser relacionado com o calçamento das ruas coloniais, que tem o mesmo nome do alimento.
O doce é muito popular também no Sudeste e costuma ser misturado também com castanhas de caju no Nordeste.
5 – Canjica
Um prato feito com milho misturado em um caldo de leite de coco, leite integral, dentre outros ingredientes. A hipótese mais forte da origem da iguaria é a mistura da culinária africana com a brasileira, na época da escravidão. “Kanzika” era uma papa tradicional da África e era feita com milho nas senzalas, acrescentando novas especiarias ao longo do tempo como canela e cravo. Outra teoria é que o prato é de origem indígena, vindo dos Tupinambás. O alimento possui outros nomes ao redor do país, como mugunzá no Norte.
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