A artista uruguaia Tamara Cubas, segunda orientadora do Programa de residências artísticas Colaboratório, já está em Teresina dando continuidade ao projeto iniciado pelo bailarino e coreógrafo Cristian Duarte. Tamara desenvolve em seu país um trabalho voltado para memória e arquivo – um projeto bastante pessoal, que focaliza a história de sua própria família. Em Teresina, durante três semanas, ela tentará compartilhar com os artistas locais uma trajetória similar, em que objetos de estudo e metodologias tenham a ver com a realidade local.
O Colaboratório é um programa de residências, colaboração e criação organizado pelo Festival Panorama de Dança, do Rio de Janeiro, em parceria com o Núcleo do Dirceu, de Teresina. O projeto acontece em duas edições durante 2009 e 2010, e para tanto serão selecionados intérpretes-criadores de ambas as cidades para usufruírem da programação.
Tamara Cubas é formada em dança, graduada pela Escola Nacional de Belas Artes em Montevidéu, e Mestre em Arte e Tecnologia pela Escola Superior de Artes da Holanda. Essa variada base de conhecimentos levou-a a ser hoje uma das mais respeitadas artistas internacionais na área de vídeo, dança e performance. Na etapa piauiense do projeto, os três anos do Núcleo do Dirceu estão sendo trabalhados como objeto de estudo. “Já conheço o Rio de Janeiro, então tenho uma idéia do que posso vir a trabalhar lá. Mas em Teresina não sei como são os corpos, como é a linha de trabalho, é uma experiência nova a cada momento”, afirma.
Cristian Duarte, que esteve em Teresina orientando o Programa durante o mês de abril, já está no Rio de Janeiro continuando o trabalho. Nesse momento do Colaboratório, os grupos piauiense e carioca já começaram a interagir por vídeo-conferência, trocando experiências sobre o projeto.
O desafio é ver como os residentes locais se apropriam do material de acordo com a experiência individual de cada um. Artistas de outros grupos de Teresina estão trabalhando junto ao coletivo Núcleo do Dirceu. “O Núcleo e outros convidados estão no mesmo foco: formação, multiplicação de ideias, trabalhos em rede colaborativa. O mais importante é estarem todos comprometidos com o processo em si, que consideramos mais importante que o resultado final”, afirma Marcelo Evelin, um dos criadores do projeto e orientador do NCD.
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