O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, fez um aceno nesta terça-feira, 9, a Ciro Gomes (PDT), que teve 13,3 milhões de votos no primeiro turno da eleição presidencial.
Para Haddad, os programas do PT e de Ciro estão muito afinados. "As diretrizes são as mesmas. Não há incompatibilidade entre nossos programas. Nós defendemos a soberania popular, nacional, e eles também. Não há muita dificuldade em dar um passo adiante", afirmou o petista, após reunião com governadores do Nordeste.
- Foto: GP1Fernando Haddad e Ciro Gomes
Haddad afirmou também que ontem recebeu o ex-ministro Roberto Mangabeira Unger, conselheiro de Ciro, e afirmou a ele que estaria aberto a receber propostas.
"Aproveito aqui para mandar um abraço ao Ciro Gomes, um democrata que se comprometeu em lutar contra o fascismo. Ele tem uma longa trajetória de serviços prestados ao povo brasileiro", disse.
Mercado
Haddad afirmou ainda que, como professor, é "curioso para aprender e generoso para ensinar". "Esta característica me faz a todo tempo rever posições, como no caso da Constituinte", afirmou.
A fala foi feita em resposta pública de Haddad à proposta do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que cobrou dele um gesto ao mercado financeiro.
Na reunião com os governadores nordestinos, Haddad propôs ainda a atuação nacional da Polícia Federal contra o crime organizado, um problema amplamente relatado pelos políticos da região. O petista disse também que vai incluir no programa a proposta de ampliação de policlínicas.
Bolsonaro
O candidato do PT afirmou também que, diferente do concorrente Jair Bolsonaro (PSL), ele cultiva a "democracia, e não uma tradição autoritária".
Ontem, Haddad pediu o apoio de Bolsonaro para não disseminarem notícias falsas. Na sequência, via Twitter, o capitão da reserva chamou o petista de "canalha".
Haddad criticou ainda a demora da Justiça Eleitoral de exigir a retirada de "fake news" da internet. "Quando a justiça atrasa a providência, o mal está feito", disse.
Na coletiva, Haddad disse ainda que pretende expor a diferença com Bolsonaro. "Nós vamos manter a linha propositiva, mostrar a inconsistência e a incoerência das propostas dele. Nossa única arma vai ser o argumento", afirmou.
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